A NANOSSINTAXE NOS PROCESSOS DE LEXICALIZAÇÃO NO JARGÃO DOS “GAMERS”

A comunidade “gamer” possui uma linguagem especial para tratar das questões que os jogos apresentam. Esse jargão contém novas palavras que irão descrever aquilo que acontece no jogo, o mapa, as estratégias usadas e os elementos presentes. Essa pesquisa objetivou analisar a semântica usada nessas cri...

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Bibliographic Details
Published in:Trama
Main Authors: DIAS, Manoel Rigel, WACHOWICZ, Teresa Cristina
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual do Oeste do Paraná 2021
Subjects:
Online Access:http://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/view/26190
https://doi.org/10.48075/rt.v17i40.26190
Description
Summary:A comunidade “gamer” possui uma linguagem especial para tratar das questões que os jogos apresentam. Esse jargão contém novas palavras que irão descrever aquilo que acontece no jogo, o mapa, as estratégias usadas e os elementos presentes. Essa pesquisa objetivou analisar a semântica usada nessas criações lexicais, utilizando os dados retirados do chat de League of Legends. Para isso, mapeamos a literatura sobre o fenômeno de lexicalização, começando pela perspectiva decomposicionalista de Jackendoff (1990), que afirma a existência de primitivos semânticos básicos que atuam em todas as línguas. Aprimorando essa visão com a proposta de Von Fintel Mathewson (2008) sobre blocos derivacionais que atuariam como um sistema de hierarquia entre os traços semânticos, esses regidos pela sintaxe. Finalmente, percorrendo pelo tratamento dado pela nanossintaxe (RAMCHAND, 2008, 2017, PANCHEVA, 2009), esse mais inclinado a teoria de Jackendoff, que observa que a estrutura lexical é amalgamada com a estrutura da sintaxe, sendo o léxico o processo inicial da sentença. Com essa estrutura argumentativa, foi possível analisarmos os dados. Concluímos que maior parte das novas palavras apresenta traços de PLACE e PATH, devido a natureza logística do jogo, e que a nanossintaxe apresenta melhor forma de descrever hierarquicamente a lexicalização dessa estrutura.Referências:BARON, I; Herslund, M. Langues endocentriques et langues exocentriques: approche typologique du danois, du français et de l’anglais. Langue Française, 145, 2005, p. 35-53.Baunaz Lander, 2018BERTINETTO, Pier Marco. On a frequent misunderstanding in the temporal-aspectual domain: the ‘perfective-telic confusion. In: CECHETTO, C. et alii. Semantic Interfaces: reference, anaphora and aspect. 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