Uma análise do protagonismo da União Europeia no Ártico a partir da Teoria Crítica das Relações Internacionais

Tese de doutoramento em Ciência Política e Relações Internacionais O Ártico é uma região do planeta sensível às mudanças pelas quais o mundo contemporâneo passa. Tanto o crescimento de problemas ambientais quanto a globalização da economia têm afetado a região Ártica. As diversas consequências da in...

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Bibliographic Details
Main Author: Cuogo, Francisco Coelho
Other Authors: Carvalhais, Isabel Maria Estrada
Format: Doctoral or Postdoctoral Thesis
Language:Portuguese
Published: 2022
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/1822/80040
Description
Summary:Tese de doutoramento em Ciência Política e Relações Internacionais O Ártico é uma região do planeta sensível às mudanças pelas quais o mundo contemporâneo passa. Tanto o crescimento de problemas ambientais quanto a globalização da economia têm afetado a região Ártica. As diversas consequências da intensificação de danos aomeio ambiente, em todo o globo, acabam por refletir, de forma direta e indireta, no ecossistema do Ártico. Não só as questões ambientais estão ligadas com o Ártico a partir de outras regiões. O sistema económico global, orientado por uma relação sistémica internacional, com linhas de produção, distribuiçãoe consumo dispersas em todo o globo e geograficamente distantes (embora tecnologicamente supervisionadas e conectadas) acabou por integrar a região Ártica em relações económicas mundiais, abrindo oportunidades para discutir até que ponto tais mudanças podem – ou não – ameaçar o equilíbrio ecológico do Ártico. Sendo também pertinente analisar se a abertura das fronteiras árticas para a economia mundial podem também levar ameaças e instabilidades para o Círculo Polar Norte. A análise destas questões perpassa, em nossa investigação, pela estrutura do Sistema Internacional (SI) contemporâneo. O SI, apesar de ter sua génese num espaço geográfico e temporal específico (o continente europeu entre os séculos XI e XIX), estabeleceu estruturas de dominação que se replicaram em todo o globo. Essencialmente, as forças hegemónicas globais são consequências das características do desenvolvimento do Sistema Internacional e cujas condições permitiram a perpetuação do poder e da influência de certos atores. A análise da construção do SI evidencia que os primeiros estados que se formaram na Europa foram aqueles que mais cedo entraram em disputas de poder e cuja consequência imediata foi o estabelecimento de relações entre estes Estados e as suas economias nacionais. Assim, conseguiram alavancar as suas estruturas produtivas e comerciais, garantindo acúmulo de capital que, por sua vez, seria revertido em ...