Ocorrência de fármacos nos moluscos bivalves: casos de estudo

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia. A ocorrência de fármacos no meio hídrico é um problema ambiental atual e pertinente. A contaminação dos ecossistemas e das espécies aquáticas, pode de forma direta ou indireta afetar a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pereira, Cristina de Jesus França
Other Authors: Almeida, Cristina Maria Martins de
Format: Master Thesis
Language:Portuguese
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/53049
Description
Summary:Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2021, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia. A ocorrência de fármacos no meio hídrico é um problema ambiental atual e pertinente. A contaminação dos ecossistemas e das espécies aquáticas, pode de forma direta ou indireta afetar a saúde humana. Os moluscos bivalves são animais marinhos fortemente afetados pela contaminação das águas, inerente ao facto de se alimentarem por filtração da água. Predominam nas zonas costeiras, estuários ou rios, os quais, são mais afetadas pelo impacte dos efluentes das Estações de Tratamento das Águas Residuais. Existem vários estudos que evidenciam a presença de diversos fármacos em mexilhões Mytilus galloprovenciallis e Mytilus edulis, amêijoas Chamelea gallina, Ruditapes philippinarum e Corbicula fluminea, e ostras Crassostrea gigas. Nos mexilhões, destacam-se o diclofenac (0,5 a 171,1 ng/g), carbamazepina (35 a 280 ng/g), etinilestradiol (3 a 196,7 ng/g), paroxetina (30 ng/g) e sertralina (6,12 ng/g). O etinilestradiol também foi detetado em amêijoas R. philippinarum na concentração de 3,42 ng/g. Em amêijoas C. fluminea, foi detetado carbamazepina (5,1 ng/g), oxazepam (6,9 a 7,4 ng/g), sertralina (56 a 140 ng/g) e fluoxetina (10 a 12 ng/g). Estes psicofármacos foram igualmente detetados em ostras, destacando a presença de sertralina (4,6 ng/g) e do seu metabolito principal, norsertralina (2,75 ng/g). O diclofenac foi encontrado em ostras na concentração de 5,7 ng/g. Nos estudos in vitro, identificaram-se os potenciais efeitos dos fármacos nos bivalves. Nos estudos com mexilhões verificou-se uma diminuição do desenvolvimento larval normal quanto expostos a anti-hipertensores, anti-inflamatórios não esteroides ou etinilestradiol. A exposição de amêijoas C. fluminea a carbamazepina causou uma diminuição na taxa de filtração do sifão. Quanto ao impacte na saúde humana, existem poucos dados relativos à exposição secundária a fármacos pelo consumo de moluscos bivalves. Atualmente, as classes farmacoterapêuticas ...