Sex matters?! O papel do género e sexo na adaptação a ambientes extremos

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2020 Mulheres e homens apresentam diferenças relacionadas com o género e sexo que podem influenciar a sua saúde e bem-estar. Todavia, o estudo destas disparidades tem sido restrita às esferas re...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Mota, Ana Sofia Rodrigues de Oliveira
Other Authors: Portugal, Rui Gentil de
Format: Master Thesis
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10451/46444
Description
Summary:Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2020 Mulheres e homens apresentam diferenças relacionadas com o género e sexo que podem influenciar a sua saúde e bem-estar. Todavia, o estudo destas disparidades tem sido restrita às esferas reprodutiva e social. Num mundo em constante mudança, ameaçado pelas alterações climáticas, caracterizado por fluxo migratório intenso e preparado para embarcar em missões aeroespaciais, é necessário assegurar a saúde de todos os indivíduos que se confrontam com estes desafios. Contudo, a investigação científica geralmente não tem em conta as variáveis sexo e género, o que condiciona a equidade a todos os níveis de prevenção e nos cuidados médicos. Esta revisão sistemática pretende aferir a existência de evidência científica publicada na última década sobre a influência do género e sexo na adaptação a ambientes extremos, sistematizar quais as diferenças encontradas que conferem vantagem e desvantagem adaptativa às mulheres, bem como identificar potenciais implicações para a Medicina da Mulher. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em diversas bases de dados e analisados um total de 7 artigos, que apresentam informação sobre respostas aos extremos térmicos, pesquisas realizadas na Antártida, diferenças na resiliência e na adaptação ao Espaço. Em primeiro lugar, conclui-se que, apesar de os homens apresentarem uma maior mortalidade em temperaturas extremas, disparidades antropométricas tornam as mulheres mais intolerantes ao calor, facto que pode ser contrabalançado com treino aeróbio apropriado. De seguida, é sobretudo ao nível do sistema imunitário que se documentam mais diferenças significativas entre homens e mulheres. Já a vantagem de sobrevivência feminina é um fenómeno historicamente demonstrado. Por fim, são necessários mais estudos e um maior recrutamento de astronautas do sexo feminino para que conclusões definitivas relativas à adaptação espacial possam ser retiradas. Em suma, continua a ser fundamental ...