| Summary: | A região Antártica apresenta um ecossistema adaptado a condições de baixas temperaturas. Enzimas e proteínas produzidas por microrganismos extremófilos possuem maior flexibilidade e, consequentemente, maior atividade em temperaturas extremas. Produtos deste grupo de bactérias têm despertado bastante interesse em pesquisas de bioprospecção pelo potencial biotecnológico que apresentam. O objetivo deste trabalho é verificar a produção de substâncias antimicrobianas em estirpes isoladas da Antártica, realizando testes de antagonismos entre estirpes bacterianas extremófilas para verificar a inibição de microrganismos de interesse clínico com resistência a diversos antimicrobianos. Para isso, foram estudados dois grupos de microrganismos extremófilos: os microrganismos piscrotolerantes e os termotolerantes. Foram selecionadas 88 bactérias psicrotolerantes de diferentes gêneros, sendo 54 amostras de Pseudomonas spp., já que estirpes do gênero Pseudomonas têm sido descritas na literatura como bactérias produtoras de bacteriocinas. Já para o grupo dos microrganismos termotolerantes, foram selecionados 24 microrganismos dos gêneros Geobacillus, Anoxybacillus e Brevibacillus. Para testar a atividade antimicrobiana, utilizamos como bactérias indicadoras estirpes isoladas de infecções hospitalares e resistentes a antibióticos como a Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Micrococcus sp. As estirpes que apresentaram atividade antimicrobiana foram avaliadas quanto à natureza química por meio de tratamentos com NaOH 0,1N e protease 5 mg/mL. Os sobrenadantes destas amostras foram liofilizados para a determinação do espectro de ação e de caracterização química. Os resultados mostram que dois isolados psicrotolerantes e dois isolados termotolerantes produziram halo de inibição de 5 mm na presença de NaOH 0,1N e protease 5 mg/mL, possuindo atividade antimicrobiana contra estirpes de Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Micrococcus sp.
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