Inferências paleoclimáticas e paleoambientais a partir de análise palinológica da Formação La Meseta, Bacia Larsen, Ilha Seymour, Península Antártica

No Paleógeno ocorreram mudanças climáticas e tectônicas significativas, relacionadas à transição climática do planeta de greenhouse para icehouse. Na Sub-bacia James Ross (Bacia Larsen), elas provocaram uma mudança na microbiota e influenciaram a distribuição das assembleias de cistos de dinoflagela...

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Bibliographic Details
Main Author: Vasconcelos, Vívian Abbate de
Other Authors: Ramos, Renato Rodriguez Cabral, http://lattes.cnpq.br/4557680514419881, http://lattes.cnpq.br/8963567031479756, Carvalho, Marcelo de Araujo, http://lattes.cnpq.br/3636349714233923, Rendón, Paula Andrea Sucerquia, http://lattes.cnpq.br/4827096344857742, Sá, Natália de Paula, http://lattes.cnpq.br/2395532030359661
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/11422/18669
Description
Summary:No Paleógeno ocorreram mudanças climáticas e tectônicas significativas, relacionadas à transição climática do planeta de greenhouse para icehouse. Na Sub-bacia James Ross (Bacia Larsen), elas provocaram uma mudança na microbiota e influenciaram a distribuição das assembleias de cistos de dinoflagelados no Oceano Sul. Amostras de rochas sedimentares constituídas por intercalações de arenitos e siltitos coletadas de uma seção (LM-03) em afloramentos atribuídos ao Alomembro Acantilados I da Formação La Meseta (Eoceno), permitiram a identificação de assembleias de palinomorfos e a determinação de três intervalos principais, que representam mudanças ambientais e climáticas nessa seção: Intervalo 1 (domínio da associação Enigmadinium cylindrifloriferum + Deflandrea antarctica, indicando ambiente marinho raso e proximal, com condições mais úmidas e amenas); Intervalo 2 (aumento dos elementos de elementos continentais, especialmente de Nothofagidites, indicando clima temperado e úmido, concomitante com a diminuição da abundância do Enigmadinium, sugerida pela relação com o esfriamento das águas); e Intervalo 3 (aumento novamente dos elementos marinhos, porém mais caracterizado pelo Enneadocysta dictyostila, indicando ambiente marinho mais aberto). A presença restrita do Enigmadinium à parte basal sugere ambiente deposicional marinho raso e estressante (baixa diversidade de dinocistos), com deposição na parte mais proximal, além de condições rasas e inshore e com baixa salinidade ou ambiente estuarino (alta dominância de assembleias de cistos de dinoflagelados), sendo a seção marinha. O Enigmadinium é dominante em abundância em todos os intervalos, sendo sugerida, pela primeira vez, a ocorrência de uma floração do seu gênero nessa região, no Eoceno, que pode estar associada a algum dos eventos hipertermais dessa época.