Summary: | Esta dissertação analisa a variabilidade da taxa de acumulação líquida anual de neve em um sítio localizado no Platô Detroit (64°05’07”S, 59°38’42”O; 1.937 m a.n.m.) no norte da Península Antártica. A partir da interpretação das variações de peróxido de hidrogênio (H2O2) em um testemunho de gelo (DP-07-1) coletado no verão austral de 2007/2008 foi determinada a variação anual da acumulação líquida. Foi então examinada a relação das variações nessa taxa de acumulação com a variabilidade na extensão de cobertura de gelo marinho nos mares de Amundsen/Bellinghausen (entre 60° e 130° O) a oeste da Península Antártica, com variações do índice SAM, e dados climáticos da estação Faraday/Vernadsky (65°15’S, 64°16’O; 11 m a.n.m.) no oeste da Península Antártica. O testemunho de gelo representa 27 ± 1 anos de acumulação que correspondem ao período 1981–2007. A taxa de acumulação liquida média anual é de 2,42 m em equivalente de água e mostrou tendência de aumento no período (+0,037 m a–1). Encontramos fraca relação entre a taxa de acumulação de neve anual no Platô Detroit e a área de extensão de cobertura de gelo marinho nos mares de Amundsen/Bellinghausen. A variabilidade na acumulação de neve no Platô Detroit está correlacionada com as variações no índice SAM (Southern Annular Mode) e portanto com a variabilidade nos controladores climáticos que ela representa indiretamente, como o aumento da velocidade do vento. Essa acumulação também é relacionada à variação da temperatura média do ar (TMA) na parte ocidental da Península Antártica. Encontramos tendência de aumento da temperatura do ar na série da média anual (+0,045°C a–1). A velocidade do vento também mostrou tendência de aumento na série anual (+0,075 nós a–1) e em todas estações do ano, concomitantemente ao aumento da taxa de acumulação de neve no Platô Detroit. This paper examines the variability of the snow annual net accumulation rate at a site located in Detroit Plateau (64°05'07"S, 59°38'42"W; 1937 m a.s.l.), northern part of the Antarctic Peninsula. Snow accumulation was determined from the interpretation of hydrogen peroxide (H2O2) variations in an ice core (DP-07-1), collected in the austral summer of 2007/2008. We then examined the relationship between changes in the accumulation rate and the variability in the sea ice extent in the Amundsen/Bellinghausen seas (between 60° and 130° W) to the west of the Antarctic Peninsula, with variations in the SAM index, and with Faraday/Vernadsky (65°15'S, 64°16'W; 11 m a.s.l.) weather station data. The ice core represents 27 ± 1 years of accumulation corresponding to the period 1981–2007. The net annual accumulation rate average is 2.42 m in water equivalent (w. eq.) and shows a positive trend during the period (+0.037 m a–1). We found a weak relationship between the net accumulation rate on the Plateau Detroit and the sea ice cover extend in the Amundsen/Bellinghausen seas. The variability in the snow accumulation rate is correlated with changes in the SAM (Southern Annular Mode) index and therefore to the variability of the climate controls that this represents indirectly. This accumulation rate is also related to the mean air temperature variations in the western part of the Antarctic Peninsula. We found a positive trend for the mean annual air temperature series (+0.045 °C a–1). Wind speed also showed an increasing trend in the annual series (+0.075 knots a–1) and in all seasons, concomitant increase in the accumulation rate in the Detroit Plateau.
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