Rouge Brésil : essa literatura francesa que nos lê

Esta dissertação objetiva discutir a representação da figura do ameríndio no romance Rouge Brésil (2001) de Jean-Christophe Rufin. Trata-se de uma obra contemporânea que trabalha com dois eixos para a sua construção narrativa. O primeiro é o resgate de relatos de viagem, inscritos no século XVI, que...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Maia, William de Lima
Other Authors: Cerqueda, Sérgio Barbosa de
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: Instituto de Letras 2018
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27833
Description
Summary:Esta dissertação objetiva discutir a representação da figura do ameríndio no romance Rouge Brésil (2001) de Jean-Christophe Rufin. Trata-se de uma obra contemporânea que trabalha com dois eixos para a sua construção narrativa. O primeiro é o resgate de relatos de viagem, inscritos no século XVI, que descrevem a primeira tentativa de colonização francesa no Brasil, batizada de França Antártica, em 1555. O segundo consiste numa operação ficcional que permite à narrativa introduzir personagens que não se fazem presentes nos relatos consultados para composição desse romance histórico. A análise que se segue busca refletir sobre a reprodução de clichês e estereótipos na representação da figura do indígena brasileiro. O presente trabalho entende que isso impossibilita no romance estudado o resgate do equilíbrio entre a voz do indígena e a voz do colonizador, ao mesmo tempo em que provoca uma leitura equivocada da cultura ameríndia, a partir de um fazer literário no século XXI. Por fim, pretende-se identificar em que medida Rouge Brésil se insere numa literatura romanesca francesa que conserva a tendência em ler o ameríndio e, por conseguinte, as coisas do Brasil, através das lentes do estereótipo e do clichê. Ce mémoire de maitrise a pour but de discuter de la représentation de la figure de l’amérindien dans le roman Rouge Brésil (2001) de Jean-Christophe Rufin. Il s'agit d'une oeuvre contemporaine qui travaille sur deux axes pour sa construction narrative. Le premier, c’est la reprise des récits de voyage écrits au XVIe siècle qui décrivent la première expérience de colonisation française au Brésil, sous le nom de France Antarctique, en 1555. Le deuxième comporte une opération fictionnelle qui permet au récit d'introduire des personnages qui n'étaient pas présents dans les récits consultés pour la composition de ce roman historique. L’analyse, qui se suit, cherche à réfléchir sur la reproduction des clichés et des stéréotypes dans la représentation de la figure de l’indien brésilien. Ce travail entend que cela ...