Um estudo das narrativas cinematográficas sobre as ditaduras militares no Brasil (1964-1985) e na Argentina (1976-1983)

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, 2007. De que modo o cinema elabora a ditadura brasileira de 1964-1985 e a argentina de 1976-1983? Como os filmes constroem discursos imaginativos sobre a experiência ditato...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Souza, Maria Luiza Rodrigues
Other Authors: Azevedo, Ana Vicentini de
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://repositorio.unb.br/handle/10482/5339
Description
Summary:Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, 2007. De que modo o cinema elabora a ditadura brasileira de 1964-1985 e a argentina de 1976-1983? Como os filmes constroem discursos imaginativos sobre a experiência ditatorial nestes países? Neste trabalho, são discutidos e analisados filmes brasileiros e argentinos produzidos entre 1985 e 2005 que focalizam os respectivos períodos ditatoriais. Estes filmes são tomados como filmes-arquivo por abordar e construir imaginativamente um passado que é, ao mesmo tempo, uma leitura do presente. Na primeira parte, a partir de uma discussão sobre cinema, antropologia e a questão da noção de contexto, é feita uma argumentação sobre a nação como construção imaginativa, abrindo caminho para interrogar o papel das narrativas fílmicas nos encadeamentos da vida social. Isso se dá, inicialmente, por meio de uma abordagem da problemática política na produção cinematográfica brasileira e argentina anterior às ditaduras, em contraponto com a da realização dos filmes a partir da década de 1990. Em seguida, são discutidos aspectos das ditaduras no Brasil e na Argentina e a importante questão dos arquivos ditatoriais: os dilemas em torno de tornar públicos ou não os documentos da ditadura nestes países e o trabalho social e histórico de interpretação que orbita tais arquivos são o horizonte da noção de filmes-arquivo, a qual será retomada na conclusão. A segunda parte apresenta os filmes argentinos tratados, assinalando sua ênfase na questão da família e da nação por meio da análise de dois filmes – Garage Olimpo (Marco Bechis, 1999) e Kamchatka (Marcelo Piñeyro, 2002) – que, a partir de opções estéticas diferentes, dão destaque à temática dos desaparecidos políticos, presente de várias maneiras no cinema argentino sobre a ditadura. Na terceira parte, uma discussão sobre o grupo de filmes brasileiros permite ressaltar alguns temas recorrentes nesta filmografia sobre a ditadura, destacando-se a análise de ...