A construção interrompida do “lar do povo” e o mercado de trabalho nos países nórdicos

Nos países nórdicos – Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – o Estado assumiu um papel mais contundente no atendimento das necessidades das pessoas em substituição ao mercado e à família na provisão de bens e serviços por meio da mobilização da política econômica e da política social. Es...

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Bibliographic Details
Published in:RBEST Revista Brasileira de Economia Social e do Trabalho
Main Author: Wolf, Paulo José Whitaker
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Campinas 2023
Subjects:
Online Access:https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rbest/article/view/17424
https://doi.org/10.20396/rbest.v5i00.17424
Description
Summary:Nos países nórdicos – Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – o Estado assumiu um papel mais contundente no atendimento das necessidades das pessoas em substituição ao mercado e à família na provisão de bens e serviços por meio da mobilização da política econômica e da política social. Esse processo avançou após a Segunda Guerra Mundial, mas perdeu força a partir da década de 1970, sobretudo depois da crise financeira de 2008 e da crise migratória de 2015. Ainda que os países nórdicos continuem em uma posição muito mais favorável que outros países, a maior resistência em mobilizar a política econômica e a política social se refletiu na deterioração das condições do mercado de trabalho, incluindo o aumento dos empregos com contrato de trabalho atípico, o aumento dos que precisam recorrer a mais de um emprego, a piora das condições de trabalho, a elevação do desemprego e o aumento da duração do desemprego. Ainda que todos na força de trabalho tenham sido afetados, os homens, geralmente jovens, os com menor escolaridade e os estrangeiros foram os grupos mais prejudicados nesse processo. En los países nórdicos – Dinamarca, Finlandia, Islandia, Noruega y Suecia – el Estado asumió un papel más importante en la satisfacción de las necesidades de las personas, sustituyendo al mercado y a la familia en la provisión de bienes y servicios mediante la movilización de la política económica y social. Este proceso avanzó tras la Segunda Guerra Mundial, pero perdió impulso a partir de la década de 1970, especialmente tras la crisis financiera de 2008 y la crisis migratoria de 2015. Aunque los países nórdicos siguen estando en una posición mucho más favorable que otros países, la mayor resistencia a movilizar la política económica y la política social se ha reflejado en el deterioro de las condiciones del mercado laboral, incluido un aumento de los puestos de trabajo con contratos laborales atípicos, un incremento de las personas que necesitan recurrir a más de un empleo, un empeoramiento de las condiciones ...