Ocorrência de microplásticos em ostras Crassostrea gigas

Todo ano pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico são lançadas no ambiente marinho pelo escoamento de água pluvial, pelos ventos, pelas descargas de efluentes, pelos sistemas fluviais e pelo descarte inapropriado do setor pesqueiro. Os plásticos sofrem fragmentação contínua causada por fatores...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Brocardo, Giulia de Souza
Other Authors: Bainy, Afonso Celso Dias, Serrano, Miguel Angel Saldaña, Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Moving Image (Video)
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2020
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214045
Description
Summary:Todo ano pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico são lançadas no ambiente marinho pelo escoamento de água pluvial, pelos ventos, pelas descargas de efluentes, pelos sistemas fluviais e pelo descarte inapropriado do setor pesqueiro. Os plásticos sofrem fragmentação contínua causada por fatores físicos, químicos e bióticos do ambiente gerando microplásticos (MPs) secundários. Os MPs são definidos como partículas menores que 5mm e também podem ser originárias de fontes primárias, quando são propositadamente fabricados nesse tamanho microscópico (ex. plásticos em produtos de beleza). O seu tamanho pequeno faz com que estejam disponíveis para ingestão por diversos organismos marinhos, incluindo bivalves. Os MPs não se degradam rapidamente, podendo ser transferidos para níveis tróficos superiores, incluindo os seres humanos. Logo, é de grande importância monitorar a ocorrência de MPs em bivalves. Entre os bivalves usados em biomonitoramento na costa Sudeste do Brasil e outros lugares do mundo está a ostra Crassostrea gigas (C. gigas). Estas ostras são consideradas organismos-modelo para avaliar impactos antropogênicos, como a poluição marinha, devido a sua alimentação por filtração, que as expõem diretamente aos poluentes na coluna d’água. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de MPs e caracteriza-los segundo a forma, tamanho e composição química em ostras C.gigas em um cultivo em Santo Antônio de Lisboa, localizado na Baía Norte de Santa Catarina. Foi coletada cinco ostras no cultivo de Santo Antônio de Lisboa e foi extraído o tecido mole destas. A digestão do tecido foi realizada com KOH 10% e posteriormente foi realizado uma separação por densidade com o intuito de eliminar materiais que não fossem plásticos. Após a separação as amostras foram filtradas e os filtros foram analisados no microscópio estereoscópico de fluorescência (Olympus BX41) e no microscópio eletrônico de transmissão acoplado a um espectrômetro de energia dispersiva (MEV-EDS). Nas ostras analisadas foram encontradas 42 ...