Cultivo da ostra Crassostrea gasar em diferentes densidades

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, Florianópolis, 2018. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da densidade de ostras nas diferentes fases de cultivo (berçário: 50, 100, 200 e 40...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Brunetto, Lincon José
Other Authors: Melo, Cláudio Manoel Rodrigues de, Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Master Thesis
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193118
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, Florianópolis, 2018. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da densidade de ostras nas diferentes fases de cultivo (berçário: 50, 100, 200 e 400 mL de sementes/29,5L na fase intermediária: 100, 200, 300 e 400 ostras/bandeja; e definitiva: 30, 60, 120 e 180 ostras/andar) na sobrevivência e crescimento de sementes, juvenis e adultos da ostra Crassostrea gasar, em Florianópolis/SC (27°44'31.29"S e 48°33'29.66"O). O delineamento experimental foi em bloco ao acaso, na fase de semente, e inteiramente ao acaso, a partir da fase juvenil, com 16 repetições. Os valores de salinidade, temperatura, matéria particulada total, matéria particulada inorgânica e matéria particulada orgânica ao longo do período experimental foram, respectivamente: 32,85 ± 2,15; 21,81 ± 3,13 ºC; 54,67 ± 14,43 mg L-1; 39,66 ± 9,83 mg L-1; 10,42 ± 2,93 mg L -1. Na fase berçário, apesar do tratamento com densidade 400 mL/29,5L ter proporcionado valores superiores de altura (28,69 ± 0,74 mm) em relação aos demais tratamentos, o fenótipo da ostra, expresso na relação Altura/Comprimento (A/C) = 1,22 ± 0,03 mm, foi superior ao do tratamento de densidade 200 mL/29,5L que apresentou formato adequado, observado pela relação A/C = 1,08 ± 0,05 mm (P<0,05). Além disso, no tratamento 200 mL/29,5L obteve-se resultados de crescimento em altura (12,78 ± 0,23 mm), superior às densidades 50 mL/29,5L e 100 mL/29,5L (P<0,05), demonstrando ser a densidade mais adequada para esta etapa de cultivo. Ao fim da fase intermediária todas as densidades pesquisadas proporcionaram sobrevivência de aproximadamente 98%. O peso médio individual (PMI) dos animais foi influenciado negativamente pela densidade de cultivo. Entretanto, a densidade de 100 ostras/bandeja (12,78 ± 1,45 g), proporcionou ostras com formato mais arredondado (A/C = 1,32 mm). Os animais cultivados na densidade de 200 ostras/bandeja não diferiram estatisticamente em comprimento e largura, dos valores obtidos na condição de 100 ostras/bandeja. Foram observadas ostras em tamanho comercial aos 5 meses de cultivo, na fase definitiva; onde a densidade 180 ostras/andar apresentou a menor quantidade de ostras (60,62%) com tamanho comercial e menores valores de PMI. As ostras cultivadas a 120 ostras/andar apresentaram maior sobrevivência (86,35 ± 3,86), e o tratamento 30 ostras/andar levou a menor sobrevivência (76,94 ± 6,58 %). Valores de PMI foram estatisticamente semelhantes entre as densidades 30, 60 e 120 ostras/andar e a porcentagem de ostras aptas a comercialização apresentaram melhores resultados nas densidades 30,60 e 120 ostras/andar com porcentagens variando entre (63,16% a 64,97%). A maioria das ostras atingiram (entre 85,52 a 94,15%), tamanho comercial aos 10 meses de cultivo, com maiores quantidades em cultivos menos densos. Mediante os indicativos de crescimento em largura, altura e comprimento; as ostras cultivadas a 60 e 120 ostras por andar são muito semelhantes e com maior relevância para a produção, onde o PMI em cultivos de 60 ostras/andar e o formato mais arredondado, torna-os mais atrativos ao mercado consumidor, sendo que a maior sobrevivência obtida foi a 120 ostras/andar, tornando-as mais atrativas à produção. Os dados obtidos pela presente pesquisa demonstram que a espécie possui potencial para o cultivo e traz subsídios acerca do cultivo de ostras nativas para o desenvolvimento da atividade no litoral brasileiro. Abstract : The objective of this study was to evaluate the influence of oyster density on the different stages of culture (nursery: 50, 100, 200 and 400 mL of seeds/29.5L); in the intermediate phase: 100, 200, 300 and 400 juveniles / tray; and in the definitive phase 30, 60, 120 and 180 adults / floor of the lantern). Additionally, we also evaluated the survival and growth of seeds, juveniles and adults of the Crassostrea gasar oyster, in Florianópolis / SC (27°44'31.29" S, 48°33'29.66" W). The experimental design was a complete randomized block in the seed phase, and completely randomized from the juvenile phase and on, with 16 replicates each phase. The values of salinity, temperature, total particulate matter, inorganic particulate matter and organic particulate matter during the experimental period were: 32.85 ± 2.15; 21.81 ± 3.13 °C; 54.67 ± 14.43 mg L-1; 39.66 ± 9.83 mg L-1; 10.42 ± 2.93 mg L -1, respectively. In the nursery phase, despite the treatment with 400 mL/29.5L density, the oyster phenotype, expressed in the Height/ Lenth (H/L) ratio = 1,22 ± 0,03 mm, was higher than the 200 mL/29.5L density treatment, which presented an adequate H/L = 1.08 ± 0.05 mm (P <0.05). Furthermore, the treatment of 200 mL/29.5L obtained good results of height growth tax (12.78 ± 0.23 mm), being superior to the densities treatments 50 mL/29.5L and 100 mL/29.5L (P <0.05). Therefore, 200 mL/29.5L showed the most suitable density for this stage of cultivation. At the end of the intermediate phase, all the densities surveyed provided a high survival rate (=98%). The individual mean weight (IMW) of the animals was negatively influenced by the density. However, the 100 juveniles/tray treatment (12.78 ± 1.45 g) provided oysters in a more rounded state (H/L = 1.32 mm). Animals grown at the density of 200 oysters/tray did not differ statistically in length and width from those grown 100 juveniles/tray. Oysters in commercial size were observed at 5 months of culture, at the final phase; in which the 180 oysters/floor treatment presented the lowest amount of oysters (60.62%) in commercial size and the lowest values of IMW Oysters cultivated at 120 oysters/floor had highest survival rate (86.35 ± 3.86), while the 30 oysters/floor treatment (76.94 ± 6.58%) had the worst survival rate. IMW values and percentage of oysters suitable for commercialization showed a degree of statistical similarity in the 30 and 60 oyster/floor treatments. Most oysters reached (between 85.52 and 94.15%), commercial size at 10 months of cultivation, with greater amounts in less dense treatments. Evidencing the signs of width, height and length growth of the cultivated oysters; oysters grown at 60 and 120 oysters per floor showed very similar rates and they possess greater relevance to the production, in which the IMW of 60 oyster/floor treatment as well as its more rounded format render more attractive traits to the consumer market, despite the greater survival obtained at 120 oysters/floor. The data obtained by the present research demonstrate that the species possesses a great potential for cultivation and it brings subsidies on the cultivation of native oysters for the development of the activity in the Brazilian coast.