Análise de Eventos de Vírgula do Buraco de Ozônio no Hemisfério sul e Interação com a Troposfera pelos Dados de Reanálise do ERA Interim

A formação do ozônio (O3) ocorre na baixa estratosfera, camada essa acima da troposfera, o mesmo possui uma grande concentração de energia, o que interfere no perfil de temperatura em praticamente toda estratosfera. A partir da década de 80, foram identificados valores muito baixos de ozônio estrato...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ
Main Authors: Schmalfuss, Laís S. M., Mendes, David, Gonçalves, Weber
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2020
Subjects:
Online Access:https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/37435
https://doi.org/10.11137/2020_2_486_495
Description
Summary:A formação do ozônio (O3) ocorre na baixa estratosfera, camada essa acima da troposfera, o mesmo possui uma grande concentração de energia, o que interfere no perfil de temperatura em praticamente toda estratosfera. A partir da década de 80, foram identificados valores muito baixos de ozônio estratosférico sobre o Continente Antártico, principalmente nos meses de setembro e outubro. Essa diminuição foi denominada de “buraco de ozônio Antártico”, que estava diretamente ligado a ação dos cloro-fluor-carbonetos (CFCs), que quebram as ligações de ozônio. Desta forma, este trabalho tem como finalidade estudar a presença desta anomalia na concentração de ozônio estratosférico, quando o “buraco” se estende até a América do Sul (AS) e possui um formato de “vírgula”, bem como sua implicação nas condições troposféricas. Utilizamos 38 anos de dados entre os meses de agosto e novembro, onde identificamos 122 eventos de baixo ozônio sobre o sul da América do Sul, sendo que, tais eventos apresentavam um formato de “vírgula” sobre a AS. A temperatura em 100 hPa (ainda dentro da troposfera) mostrou uma diminuição durante os eventos de “vírgula”, assim como os campos de vento zonal em 100 hPa. Observou-se através do vento zonal em 200 hPa que o Jato Subtropical sofre um enfraquecimento durante os eventos, que refletem em maiores amplitudes das ondas de Rossby. A vorticidade potencial apresenta um dipolo sobre o Atlântico, na região das quebras de onda de Rossby, levando a concluir que os eventos de vírgula tem relação direta com as trocas estratosfera-troposfera, pois ocorre a ruptura da tropopausa.