Ártico como fronteira extrativa: organizações indígenas e o desenvolvimento neoextrativista em Inuit Nunaat

O Ártico norte-americano vive uma reconfiguração geopolítica e geoeconômica. O aumento do conhecimento sobre a dotação de recursos na região e efeitos da mudança climática, cada vez mais evidentes na região, também trazem consigo novas possibilidades de navegação e exploração econômica e estratégica...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Silva, Pedro Allemand Mancebo, Fernandes, Luis Manuel Rebelo
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Oikos 2023
Subjects:
Online Access:https://revistas.ufrj.br/index.php/oikos/article/view/60994
Description
Summary:O Ártico norte-americano vive uma reconfiguração geopolítica e geoeconômica. O aumento do conhecimento sobre a dotação de recursos na região e efeitos da mudança climática, cada vez mais evidentes na região, também trazem consigo novas possibilidades de navegação e exploração econômica e estratégica dos espaços polares setentrionais. O trabalho busca compreender as condições que permitiram a produção do Ártico norte-americano como uma fronteira extrativa com foco para o papel dos acordos de reivindicação de terras – mecanismo político e jurídico de reconhecimento do direito indígena à terra. A presente pesquisa gira em torno da pergunta “como foram criadas cisões de classe entre os indígenas do Ártico norte-americano? E como essa cisão se expressa nos debates sobre o desenvolvimento?”. Nossa hipótese de trabalho é a de que, por sua estrutura corporativa, as corporações nativas têm sido instrumentalizadas para legitimar e promover um modelo de desenvolvimento extrativista, baseado em um aumento da pressão sobre os recursos naturais e em uma relação predatória com a natureza.