Navegar é preciso, viver também é preciso: ideias iniciais sobre a organização e a percepção de tempo de marinheiros brasileiros em navio polar

A pesquisa científica brasileira na Antártica se dá desde 1982, com apoio logístico da Marinha Brasileira. Após uma permanência relativamente breve nos navios polares, busca-se discutir como os marinheiros percebem o tempo e sua passagem. Discutiu-se a percepção do tempo a partir de três vieses: ati...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Revista de Antropologia
Main Author: Sarah de Barros Viana Hissa
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Universidade de São Paulo (USP) 2017
Subjects:
geo
Online Access:https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.141653
https://doaj.org/article/c37045f1f278471bbc9308541cf1d3f0
Description
Summary:A pesquisa científica brasileira na Antártica se dá desde 1982, com apoio logístico da Marinha Brasileira. Após uma permanência relativamente breve nos navios polares, busca-se discutir como os marinheiros percebem o tempo e sua passagem. Discutiu-se a percepção do tempo a partir de três vieses: atividades desempenhadas, movimentos de retenção e protensão da consciência e algumas festividades observadas. Percebeu-se que um desejo de que o tempo passe rapidamente e que as atividades, sejam de lazer ou de trabalho, proporcionam uma sensação de passagem rápida de tempo. A lembrança de casa se faz constante, sugerindo uma presença parcial dos marinheiros naquele espaço, onde outros locais e momentos são chamados a habitar a Antártica. Neste sentido, as festas poderão significar, para os marinheiros, uma forma de intensificação do presente. Brazilian scientific research in Antarctic has been conducted since 1982, with logistical support from the Brazilian Navy. After a relatively short stay on polar vessels, it is sought to discuss how the seamen understand the time and its passage. The perception of time from three vieses was discussed: activities performed, retention movements and protension of consciousness and some observed festivities. It was understood that a desire for time to spend quickly and that activities, whether leisure or work, provide a sense of rapid passage of time. The household souvenir is constant, suggesting a partial presence of seamen in that area, where other places and moments are called upon to live in Antarctic. In this sense, the festivities could mean, for seamen, a form of intensification of the present.