História de uma Baleia Branca

UIDB/00657/2020 UIDP/00657/2020 DL 57/2016/CP1453/CT0037 Privados do dom da palavra articulada, os animais foram, desde sempre, vítimas do seu enigmático silêncio. Foi-lhes concedida voz humana em fábulas, mitos e outros textos nos quais, apareciam como símbolos representativos do homem e da socieda...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Seabra Neves, Márcia
Other Authors: Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT - NOVA FCSH)
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10362/118113
Description
Summary:UIDB/00657/2020 UIDP/00657/2020 DL 57/2016/CP1453/CT0037 Privados do dom da palavra articulada, os animais foram, desde sempre, vítimas do seu enigmático silêncio. Foi-lhes concedida voz humana em fábulas, mitos e outros textos nos quais, apareciam como símbolos representativos do homem e da sociedade, ou seja, despojados da sua essência vital. No entanto, nas últimas décadas, os escritores têm multiplicado as tentativas de encenar, por procuração ficcional, novas formas de interação com o animal, cada vez mais visto e escrito, não como simples constructo teórico-ficcional, mas antes como sujeito dotado de uma subjetividade própria e capaz de um olhar interrogante e judicativo sobre o homem. É, precisamente, o que faz Luis Sepúlveda em A história de uma baleia branca (2019), ao dar voz a Mocha Dick, imponente cachalote da cor da lua, numa revisitação original e subversiva do clássico MobyDick, de Herman Melville. No seu ensurdecedor silêncio, a baleia de Sepúlveda narra, do seu próprio ponto de vista, o seu confronto épico e dantesco com o homem, denunciando a violência do ser humano e a sua ação devastadora sobre o meio ambiente. publishersversion published