A COOCORRÊNCIA DE PLANTAS NA CAATINGA PODE SER EXPLICADA PELO PROCESSO DE FACILITAÇÃO? ESTUDO DE CASO COM DUAS ESPÉCIES DE FABACEAE

RESUMO Diferenças heteroespecíficas nas taxas de crescimento em altura, na produção de biomassa e na área foliar entre espécies coocorrentes são formas de medir a ocorrência de interações: facilitação ou competição. Com base no conceito mais amplo de facilitação, este tipo de interação positiva tem...

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Bibliographic Details
Main Authors: Azevedo,Djane Ventura de, Zandavalli,Roberta Boscaini, Ferreira,Tiago Osório, Martins,Fernando Roberto, Araújo,Francisca Soares de
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2018
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-50982018000401514
Description
Summary:RESUMO Diferenças heteroespecíficas nas taxas de crescimento em altura, na produção de biomassa e na área foliar entre espécies coocorrentes são formas de medir a ocorrência de interações: facilitação ou competição. Com base no conceito mais amplo de facilitação, este tipo de interação positiva tem sido relatado para explicar a coocorrência de espécies em ambientes com alta limitação de recurso, a exemplo de climas árticos e áridos. O objetivo deste estudo foi avaliar se a facilitação pode favorecer o desenvolvimento inicial das populações de Mimosa caesalpiniifolia e Bauhinia cheilantha, duas espécies típicas da região da Caatinga, em casa de vegetação. As plântulas de Mimosa caesalpiniifolia Benth e de Bauhinia cheilantha (Bongard) foram cultivadas em vasos por 120 dias, nas proporções de 4:1; 3:2; 2:3; 1:4; 5:0; 0:5. Também foram realizadas avaliações na estrutura e em alguns teores (nitrogênio e fósforo) de nutrientes no solo e na folha das plântulas. Os resultados de crescimento, alocação de biomassa e concentrações de nitrogênio e fósforo nas folhas de Mimosa caesalpiniifolia foram influenciados positivamente com o aumento da densidade de indivíduos de Bauhinia cheilantha (Bongard) Steudel. No entanto, esta última espécie teve a menor taxa de crescimento de competição intraespecífica. Se for adotado o conceito mais amplo de facilitação, pode-se afirmar que houve interações positivas. Por se tratar de duas espécies de Fabaceae que podem apresentar associações com fungos micorrízicos e com bactérias diazotróficas, o principal nutriente limitante para o bom desempenho na coocorrência destas duas populações deverá ser o fósforo, pois não houve diferenças na quantidade de nitrogênio disponível no solo entre o início e o final do experimento.