Estudo do metabolismo de rotina e excreção de amônia do antípoda antártico Waldeclàa obesa em duas temperaturas distintas

Realizaram-se estimativas, a 0ºC e a 3ºC, do consumo médio e específico de oxigênio e da excreção média e específica de amónia de anfípodas antárticos da espécie Waldeckia obesa, coletados na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Os experimentos foram realizados na Estação Antártica Brasi...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Gomes,Vicente, Phan,Van Ngan, Passos,Maria José de Arruda Campos Rocha
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo 1995
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0373-55241995000200005
Description
Summary:Realizaram-se estimativas, a 0ºC e a 3ºC, do consumo médio e específico de oxigênio e da excreção média e específica de amónia de anfípodas antárticos da espécie Waldeckia obesa, coletados na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Os experimentos foram realizados na Estação Antártica Brasileira "Comandante Ferraz" e no Laboratório de Ecologia Polar do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Foram empregados animais entre 120 mg a 620 mg e entre 40 mg e 690 mg de peso úmido, nos experimentos a 0ºC e a 3ºC, respectivamente. Dentro dessas faixas de peso, o consumo médio de oxigênio, a 0ºC, variou de 2,22µl/h a 10,81µl/h e o específico de 0,011µl/mg/h a 0,018µl/mg/h. A 3ºC, o consumo médio de oxigênio variou de 1,83µl/h a 14,19µl/h e o específico de 0,033µl/mg/h a 0,022µl/mg/h. O Q10, calculado a partir das médias das classes, foi de 6,95. Por sua vez, a excreção média de amónia, a 0ºC, variou de 13,84 ng.at/h a 55,34 ng.at/h e a específica entre 0,090 ng.at/mg/h a 0,042 ng.at/mg/h. A 3ºC, a excreção média de amónia variou de 5,11 ng.at/h a 38,33 ng.at/h e a específica de 0,088 ng.at/mg/h a 0,059 ng.at/mg/h. A relação 0:N indica que uma mistura de proteínas e lipídios é utilizada como substrato para o catabolismo. A 3ºC, entretanto, há uma tendência a aumentar a contribuição dos lipídios nesse substrato. O consumo de oxigênio de Waldeckia obesa é bastante baixo estando de acordo com os valores encontrados, a 0ºC, por outros autores. Esses dados, juntamente com resultados recentes encontrados na literatura, indicam a fragilidade da hipótese de "adaptação metabólica ao frio", que supõe terem os animais marinhos ectotérmicos antárticos taxas metabólicas elevadas, como resposta adaptativa às baixas temperaturas. Os dados de consumo de oxigênio e excreção de amónia fornecem material básico para extrapolação a parâmetros populacionais, fornecendo subsídios para a avaliação do papel ecológico desses animais no ecossistema em que vivem.