Impasse e cancro da mama: Uma questão de tempo?

Dissertação de Mestrado em Psicossomática Hoje em dia está bem presente o facto de a Psicossomática não se referir a uma doença do imaginário como era defendido, no geral, pela Escola de Paris. Assim, o que importa perceber é o funcionamento das pessoas que apresentam uma patologia orgânica, isto é,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santos, Mafalda
Other Authors: Pedro, António Francisco Mendes
Format: Master Thesis
Language:Portuguese
Published: Instituto Superior de Psicologia Aplicada 2011
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.12/902
Description
Summary:Dissertação de Mestrado em Psicossomática Hoje em dia está bem presente o facto de a Psicossomática não se referir a uma doença do imaginário como era defendido, no geral, pela Escola de Paris. Assim, o que importa perceber é o funcionamento das pessoas que apresentam uma patologia orgânica, isto é, tentar compreender como vivenciam o seu corpo e as suas especificidades: ritmos, espaço, tempo. Importa igualmente perceber qual é o lugar do imaginário neste processo. Os objectivos específicos desta investigação serão os de aprofundar em casos de mulheres com cancro da mama, nomeadamente a existência de uma situação de impasse, a vivência de uma temporalidade própria (Sami-Ali, 1992, 2000), a existência de uma depressão falhada (Coimbra de Matos, 1999), a problemática da identidade. Participaram neste estudo quatro mulheres com diagnóstico de cancro na mama, com idades que variam entre os trinta e os cinquenta anos. Os instrumentos utilizados neste estudo incluíram a entrevista clínica, a Prova Projectiva de Rorschach e o Desenho da Figura Humana. Verificou-se, ao longo deste trabalho, que todas as mulheres apresentavam situações de vida compatíveis com o conceito de Impasse, definido por Sami-Ali (1997, 2000). Não só um impasse relacional, que põe em causa todo o ser, como também uma vivência própria de temporalidade que encerra em si mesma o impasse. A depressão falhada de Coimbra de Matos (2003), pode ser igualmente utilizada na explicação do que sucede nestas mulheres. Mas a conclusão desta investigação prende-se, acima de tudo, com um novo questionamento sobre o que está realmente em causa nesta doença.