Avaliação da toxicidade das lamas de cal sobre o ouriço-do-mar Paracentrotus lividus (Lamark, 1816). Perspetivas para novas aplicações destes resíduos industriais

Através da utilização do ouriço-do-mar Paracentrotus lividus como bioindicador, neste estudo avaliou-se a potencialidade de utilização de um resíduo das indústrias do papel, as lamas de cal, em duas vertentes. A primeira consistia em aproveitar a característica alcalina das lamas de cal como redutiv...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Gaspar, N., Gago, João, Repolho, T., Luís, O.
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém (UIIPS) 2013
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.15/831
Description
Summary:Através da utilização do ouriço-do-mar Paracentrotus lividus como bioindicador, neste estudo avaliou-se a potencialidade de utilização de um resíduo das indústrias do papel, as lamas de cal, em duas vertentes. A primeira consistia em aproveitar a característica alcalina das lamas de cal como redutiva da crescente acidificação dos oceanos. Nos bioensaios realizados obteve-se um aumento significativo na percentagem de malformações das larvas pluteus de P. lividus que foram cultivadas em águas com concentrações superiores a 0,1 mg/L de lamas de cal, o que coloca em causa esta primeira potencialidade. A segunda baseava-se no elevado teor em cálcio presente nas lamas de cal que desta forma poderiam servir como matéria-prima deste macronutriente em rações para adultos P. lividus. Após 6 meses de cultivo em que os ouriços-do-mar foram alimentados com 4 rações diferentes que diferiam na concentração de lamas de cal utilizadas, os resultados obtidos para as variáveis biométricas analisadas, para o índice gonadossomático, para a concentração de Ca, Hg, Pb e Cd nas gónadas e parede do corpo, e para os ensaios ecotoxicológicos, parecem viabilizar esta segunda potencialidade.Through the use of the sea urchin Paracentrotus lividus as bioindicator, this study evaluated the potential to use the waste of paper mills, lime sludge, on two perspectives. The first was to take advantage of the lime sludge alkaline character as a deterrent of increasing ocean acidification. In bioassay testing, a significant increase in the percentage of plutei larvae malformations was obtained when they were cultured at lime sludge concentrations above 0.1 mg/L. This result undermines this first perspective. The second relied on the lime sludge high calcium concentration which could thereby serve as raw material for P. lividus feeds. After 6 months of captive period in which adult sea urchins were fed 4 diets that differed in lime sludge addition, the results obtained for the biometric variables analyzed, for the GSI, for the concentration of Ca, Hg, Pb and Cd in the gonads and in the body wall, and for larvae ecotoxicological testing, appear to support this second potential.