Diversidade parasitária em animais domésticos e silvestres na Guiné-Bissau: os últimos 22 anos

A importância e o interesse pela diversidade parasitária, sua distribuição espacial e evolução temporal em diferentes ecossistemas, assim como a sua interacção com diferentes hospedeiros, aumentou nas últimas décadas, especialmente quando estão envolvidos temas como a protecção e conservação de ecos...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Rosa, Fernanda, Crespo, Maria Virgínia
Format: Conference Object
Language:Portuguese
Published: Colóquio Internacional Cabo Verde e Guiné-Bissau, Percursos do Saber e da Ciência, 21-23 Junho 2012, Lisboa, ISCSP-UTL 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.15/757
Description
Summary:A importância e o interesse pela diversidade parasitária, sua distribuição espacial e evolução temporal em diferentes ecossistemas, assim como a sua interacção com diferentes hospedeiros, aumentou nas últimas décadas, especialmente quando estão envolvidos temas como a protecção e conservação de ecossistemas, o uso sustentável de recursos naturais e a protecção da saúde das populações residentes. Para além disto, a introdução recente do conceito de medicina conservativa, no qual a saúde do meio ambiente, animais e homem é considerada como um todo, veio reforçar aquele interesse. Durante 1990, num contexto de contaminação ambiental por parasitas, com especial relevância para as espécies zoonóticas, a equipa do IICT e os seus colaboradores têm vindo a estudar na Guiné-Bissau a fauna parasitária em hospedeiros domésticos e silvestres, nomeadamente em Rodentia1 (Thryonomys swinderianus, Cricetomys gambianus, Arvincanthis niloticus, Rattus rattus e Praomys (Mastomys) sp.), Arctyodactyla1,2,3,4 (Bos taurus, Cephalophus rufilatus e Tragelaphus s. scriptus), Carnivora1 (Canis familiaris e Genetta pardina pardina), Primates não-humanos1 (Cercopithecus mona campbelli, Chlorocebus aethiops sabaeus, Papio cynocephalus papio e Procolobus badius temminckii) e Testudines1 (Kinixys belliana nogueyi), como contributo para o conhecimento da distribuição geográfica, interacção parasita-hospedeiro e dos desequilíbrios individuais e populacionais que podem causar. Os parasitas identificados incluem-se em diferentes grupos (Platyhelminthes, Nematoda, Protozoa, Insecta - Diptera e Siphonaptera, Arachnida - Mesostigmata e Ixodida, e Pentastomida), tendo-se acrescentado 18 espécies para fauna parasitária da Guiné-Bissau, em sete hospedeiros vertebrados, das quais pelo menos 12 (66,67%) são espécies zoonóticas ou potencialmente zoonóticas. Estes estudos foram a base da apresentação de duas teses de mestrado, 12 artigos e 14 comunicações em reuniões científicas nacionais e internacionais. Os estudos sobre a fauna parasitária na Guiné-Bissau irão prosseguir baseados em projectos em curso1,4 e em submissão, e o interesse na sua continuidade reside, não só no conhecimento e distribuição da fauna parasitária, mas também na importância da sua transmissibilidade entre animais domésticos e silvestres e homem e da contaminação ambiental, o que contribui para uma degradação das condições de saúde dos ecossistemas e das diferentes populações que nele coabitam. 1 “Estudos da fauna parasitária em animais domésticos e silvestres, e sua repercussão em saúde no PNLC” integrado no Estudo do Parque Natural das Lagoas de Cufada, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal África. 2 “Estudo sobre a esquistossomose por Schistosoma bovis nos bovinos da República da Guiné-Bissau” e “Estudo dos helmintes gastrintestinais e hépato-biliares, com especial relevância para Dicrocoelium hospes em bovinos da República Guiné-Bissau”, financiados pelo Instituto da Cooperação Portuguesa e Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. 3 “Estudo das trematodoses por Dicrocoelium hospes e Schistosoma bovis nos bovinos da Guiné-Bissau”, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e Instituto de Investigação Científica Tropical. 4 Projecto FCT PTDC/SAU-ESA/72146/2006. Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Fundação Portugal África, FCT e Instituto da Cooperação Portuguesa