Reconhecimento e superação da exploração capitalista em redes criativas de colaboração e produção | Recognizing and overcoming capitalist exploitation in creative networks of collaboration and production

RESUMO O industrialismo, como chaga desumanizadora, vem sendo encarado como algo a ser vencido pelo menos desde o início do século XX (senão antes). O caminho para isso, para a superação da frieza mecânica das máquinas de ferro, explosão, fumaça e força, movidas por trabalho alienante, tem sido apon...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Liinc em Revista
Main Authors: Rafael de Almeida Evangelista, Felipe Fonseca
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Ibict/UFRJ 2016
Subjects:
Z
Online Access:https://doi.org/10.18617/liinc.v12i1.861
https://doaj.org/article/dff00ec291a24e75a1ed0afbd62bb038
Description
Summary:RESUMO O industrialismo, como chaga desumanizadora, vem sendo encarado como algo a ser vencido pelo menos desde o início do século XX (senão antes). O caminho para isso, para a superação da frieza mecânica das máquinas de ferro, explosão, fumaça e força, movidas por trabalho alienante, tem sido apontado como uma busca do entendimento do funcionamento e de “retorno” ao orgânico, a sistemas produtivos tidos como mais flexíveis, naturais, feitos de carne, sangue, calor e leveza. A modelagem feita sobre os sistemas biológicos e da vida subsidiou o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, e, respectivamente, esses sistemas têm sido usados como exemplares para explicar uma certa “natureza” das redes informáticas como auto-organizadas, evolucionárias e emergentes. Este texto busca inter-relacionar a analogia sobre sistemas de computação biológica – como desenvolvida por Tiziana Terranova –, tomada como o modo típico de gerenciamento dessas redes, com pesquisas de campo de caráter etnográfico que informam sobre laboratórios digitais e outros ambientes de produção colaborativa e reflexões de natureza política sobre relações de exploração econômica dadas nesses ambientes. O imaginário tecnoutópico, que funciona como pano de fundo para esses laboratórios e outros ambientes de criação, afirma as tecnologias de informação como instrumentos de combate à burocratização e à alienação da sociedade. Contudo, este trabalho procura ir além dessas imagens – questionando suas origens e pressupostos naturalizantes –, ao mesmo tempo que afirma as possibilidades de resistência e reinvenção diante do capitalismo informacional de matriz cibernética, contidas nos espaços de criação. Explora-se aqui a possibilidade de uma relação ambígua, por isso mesmo interessante, entre as tentativas de controle e extração produtiva, de gerenciamento capitalista de ambientes criativos, horizontalizados e emergentes, e a constituição de alternativas e de modos de vida paralelos e independentes da sociedade de consumo de mercadorias. As ...