Violência sexual: narrativas de mulheres com transtornos mentais no Brasil

OBJETIVO: Compreender o impacto da violência sexual sofrida por mulheres com transtornos mentais a partir de autorrelato de suas experiências. MÉTODOS: Os relatos emergiram de entrevistas abertas realizadas com mulheres atendidas em serviços públicos de saúde mental de Minas Gerais e Rio de Janeiro...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Jaqueline Almeida Guimarães Barbosa, Marina Celly Martins Ribeiro de Souza, Maria Imaculada de Fátima Freitas
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2015
Subjects:
R
Online Access:https://doaj.org/article/dee25c3c1e07460881f76823724ac32f
Description
Summary:OBJETIVO: Compreender o impacto da violência sexual sofrida por mulheres com transtornos mentais a partir de autorrelato de suas experiências. MÉTODOS: Os relatos emergiram de entrevistas abertas realizadas com mulheres atendidas em serviços públicos de saúde mental de Minas Gerais e Rio de Janeiro como parte de uma pesquisa de cunho mais amplo que teve como objetivo geral investigar as formas de viver e pensar a sexualidade por esse grupo populacional, visando a contribuir para as ações de promoção da saúde sexual. A coleta dos dados se deu em 2008. RESULTADOS: Foram entrevistadas 17 mulheres com idade entre 18 e 68 anos. Quatorze entrevistadas afirmaram ter vivido relações estáveis, mas somente três permaneciam nessas relações. A maioria dos relacionamentos estáveis não havia sido oficializada. Duas mulheres eram viúvas e 13 tinham filhos. Todas relataram enfrentar dificuldades na convivência com os parceiros e com os filhos, ter poucos amigos e dispor de pouco apoio familiar. A instabilidade dos relacionamentos foi atribuída a situações de agressividade, infidelidade do parceiro e uso de drogas ou álcool. Houve relatos de terem sido vítimas de violência física na família, sobretudo por parte de parceiros, e também de violência sexual, sendo que, em alguns casos, os agressores eram pessoas da família. Duas entrevistadas afirmaram nunca ter tido relação sexual. CONCLUSÕES: Faz-se necessário capacitar os profissionais de saúde para que propiciem o relato de situações de violência sexual por parte das mulheres e para que encaminhem de forma adequada a situação. Também é fundamental a necessidade de ações intersetoriais para o enfrentamento dessa problemática.