Inquérito sobre a prevalência de bócio endêmico no Brasil em escolares de 6 a 14 anos: 1994 a 1996

Objetivo. Determinar as prevalências estaduais e nacional do bócio endêmico relacionado com a deficiência de iodo em escolares de 6 a 14 anos, com base em dados obtidos no inquérito nacional realizado de 1994 a 1996 no Brasil. Materiais. Em 428 municípios de todos os estados brasileiros, o exame de...

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Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Heleno Rodrigues Corrêa Filho, João Batista Furtado Vieira, Yara Simoni Pereira Silva, Giovanini Evelim Coelho, Felicidade dos Anjos Carvalho Cavalcante, Maria da Paz Luna Pereira
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2002
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.1590/s1020-49892002001100005
https://doaj.org/article/cb00b71349994c34a08f487cc17e82a5
Description
Summary:Objetivo. Determinar as prevalências estaduais e nacional do bócio endêmico relacionado com a deficiência de iodo em escolares de 6 a 14 anos, com base em dados obtidos no inquérito nacional realizado de 1994 a 1996 no Brasil. Materiais. Em 428 municípios de todos os estados brasileiros, o exame de inspeção-palpação foi utilizado para coletar dados de 178 774 escolares de 6 a 14 anos. Uma sub-amostra foi selecionada para determinação do conteúdo de iodo na urina e sal culinário residencial. Resultados. Em comparação com dados de 1975, último inquérito antes deste aqui relatado, constatou-se queda de 86% na prevalência mediana de bócio graus I e II (de 12 para 1%). Em 21% dos municípios, a prevalência observada foi zero. Das 16 803 amostras urinárias para dosagem de iodo foi possível recuperar 7 702 e associá-las às respectivas fichas clínicas individuais (perda de 54%). A mediana de iodo urinário foi de 14,0 mig/dL e não se verificou correlação significativa com os dados clínicos de bócio. Os estados do Acre, Amapá e Tocantins tiveram mediana populacional de excreção urinária de iodo igual ou abaixo de 9,0 mig/dL. Em três municípios a dosagem urinária de iodo foi gravemente baixa (< 2,5 mig/dL) em todas as amostras: Paranã (Tocantins); Conceição (Paraíba); e Nova Roma (Goiás). O sal consumido nas residências (458 amostras coletadas) apresentou sub-dosagem de iodo suplementar, com 50% abaixo de 20 mg/kg ou 20 ppm. Em 7% das amostras, a dosagens de iodo foi menor do que 10 mg/kg de sal, inclusive em estados produtores de sal, como o Rio Grande do Norte. Conclusões. Há evidências de expansão da área endêmica de bócio para as regiões de abertura de fronteira agrícola, com exposição de crianças a dieta doméstica carente de iodo veiculado pelo sal. Esta carência associou-se com o aumento de risco para bócio (OR = 1,85; 1,68 < OR < 2,03; IC 95% Cornfield) nas áreas onde a iodação do sal consumido foi deficiente (< 10 mg/kg).