Diagnóstico precoce da hanseníase: o caso dos serviços de saúde no Recife(Pernambuco), Brasil

O presente trabalho é um estudo descritivo, realizado na cidade do Recife de março a setembro de 1994. O estudo buscou caracterizar as condições existentes nos serviços de saúde para o diagnóstico precoce de hanseníase, com ênfase na acessibilidade dos usuários aos serviços e na qualidade do atendim...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Katia V. de O. Feliciano, Maria Helena Kovacs, Alberto Alzate
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 1998
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.1590/s1020-49891998000700002
https://doaj.org/article/babdfd85dab444b29f22a3bc1fe05880
Description
Summary:O presente trabalho é um estudo descritivo, realizado na cidade do Recife de março a setembro de 1994. O estudo buscou caracterizar as condições existentes nos serviços de saúde para o diagnóstico precoce de hanseníase, com ênfase na acessibilidade dos usuários aos serviços e na qualidade do atendimento. A amostra constou de 32 serviços de saúde utilizados durante o processo diagnóstico de 183 pacientes de hanseníase. A infra-estrutura organizacional foi caracterizada através de entrevistas com os gerentes dos serviços. O funcionamento foi investigado através de observações da rotina dos serviços, em particular as atividades de arquivo e triagem. Um total de 1998 pacientes foram entrevistados para determinar a facilidade de acesso. Para 1 000 pacientes foi estabelecido o tempo de consulta com os 123 médicos que estavam nas unidades no momento da amostragem. Para explorar a atitude e o conhecimento dos médicos sobre a hanseníase, selecionou-se, aleatoriamente, a partir de uma listagem nominal, 133 médicos destes serviços. Identificaram-se como dificuldades para o diagnóstico precoce de hanseníase: a sistemática demanda reprimida (pessoas que procuravam os serviços mas não eram atendidas); o longo tempo entre momento de marcação e momento de realização de consultas (para pessoas que não eram atendidas no mesmo dia); os longos tempos de espera pela consulta dentro dos serviços; a curta duração da consulta; a baixa disponibilidade de recursos humanos treinados; a baixa proporção de médicos que examinam toda a superfície corporal; as deficiências no reconhecimento clínico da doença e no conhecimento que leva ao diagnóstico diferencial. Estes obstáculos podem facilitar a deterioração física dos portadores de hanseníase e a persistência da transmissibilidade; portanto, necessitam ser superados para que seja possível eliminar a hanseníase.