Microcefalia e alterações do sistema nervoso central relacionadas à infecção congênita pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas no estado do Rio de Janeiro: estudo transversal, 2015 a 2017
Objetivo. Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC) relacionadas a infecção congênita pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas no estado do Rio de Janeiro no período de novembro de 2015 a julho de 2017. Mét...
Published in: | Revista Panamericana de Salud Pública |
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Main Authors: | , , , , , , , , , |
Format: | Article in Journal/Newspaper |
Language: | English Spanish Portuguese |
Published: |
Pan American Health Organization
2020
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Subjects: | |
Online Access: | https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.151 https://doaj.org/article/aa77f376731b49e1864f4dac7793ed80 |
Summary: | Objetivo. Descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos confirmados de microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC) relacionadas a infecção congênita pelo vírus Zika e outras etiologias infecciosas no estado do Rio de Janeiro no período de novembro de 2015 a julho de 2017. Métodos. Realizou-se um estudo transversal de 298 casos (conforme definição do Ministério da Saúde) notificados à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro no período estudado. Analisaram-se variáveis demográficas, epidemiológicas, clínicas, radiológicas e laboratoriais, com análise estatística descritiva bivariada e múltipla por regressão logística para estudo de fatores associados ao óbito. Resultados. A idade mediana das mães foi 24 anos; 30,9% relataram febre, e 64,8%, exantema à gestação. A mediana do perímetro cefálico ao nascer foi 29 cm e a do peso foi 2 635 g. O diagnóstico etiológico foi de Zika congênita em 46,0%; de sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e vírus herpes simplex (STORCH) em 13,8%, com predomínio da sífilis; e de agente infeccioso não definido em 40,3%. Alterações do SNC diferentes de microcefalia foram descritas em 88,3%, predominando calcificações cerebrais, ventriculomegalia e atrofia cerebral. A letalidade total foi 7,0%, sendo 19,0% nos casos de Zika confirmada laboratorialmente e 22,2% nos de toxoplasmose. Na análise múltipla, o peso ao nascer foi o principal preditor de óbito. Conclusões. Apesar da epidemia de Zika, 13,8% dos casos foram por STORCH. A letalidade e a elevada ocorrência de malformações neurológicas além da microcefalia mostram a gravidade da infecção, com impacto nas famílias e no sistema de saúde. |
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