A influência da Oscilação do Atlântico Norte nos caudais dos rios Vouga e Mondego – relevância na manifestação de cheias e inundações

A Oscilação do Atlântico Norte (NAO – do inglês North Atlantic Oscillation) constitui o principal modo de variabilidade atmosférica do Atlântico Norte, mantendo uma estrutura dipolar visível ao longo de todo o ano. Embora não se conheçam rigorosamente os processos atmosféricos que governam esta osci...

Full description

Bibliographic Details
Published in:GOT - Journal of Geography and Spatial Planning
Main Authors: Washington Oliveira, Lúcio Cunha, Isabel Paiva
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
French
Portuguese
Published: CEGOT 2017
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.17127/got/2017.12.011
https://doaj.org/article/aa54f7d0703846c0a3215def900afc48
Description
Summary:A Oscilação do Atlântico Norte (NAO – do inglês North Atlantic Oscillation) constitui o principal modo de variabilidade atmosférica do Atlântico Norte, mantendo uma estrutura dipolar visível ao longo de todo o ano. Embora não se conheçam rigorosamente os processos atmosféricos que governam esta oscilação, existe cada vez mais investigação acerca dos seus efeitos, mesmo não se conseguindo ainda prevê-la de forma eficaz. No entanto, o estudo das tendências tem vindo a contribuir para a consolidação de informação acerca da variabilidade apresentada pela NAO ao longo do tempo. Os estados de tempo na Península Ibérica e em Portugal bem como todos os elementos meteorológicos que os constituem estão relacionados de forma muito assinalável com a fase da NAO (positiva ou negativa). No entanto, a precipitação é de longe, dos elementos meteorológicos, o mais dependente da fase do dípolo atmosférico. Com efeito, sendo a precipitação sob a forma de chuva a principal fonte de alimentação do escoamento fluvial dos rios no clima mediterrâneo, os impactos da NAO são esperados. Tal facto é ainda mais relevante se tivermos em conta que a NAO explica grande parte da variabilidade atmosférica durante o quadrimestre dezembro-março, grosso modo, o inverno boreal, altura em que ocorrem as precipitações mais significativas na Península Ibérica e em que se despoletam também a maior parte da manifestação de fenómenos hidrológicos extremos, ligados a cheias que causam inundações. De formas distintas mas muito concordantes, as bacias hidrográficas do Vouga e do Mondego não constituem exceção aos condicionamentos impostos pela NAO, respondendo de forma muito significativa aos ritmos pluviométricos impostos por esta.