Suicídio e povos indígenas brasileiros: revisão sistemática

Objetivo. Descrever a frequência, as características e os fatores que contribuem para o suicídio em povos indígenas brasileiros. Método. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura a partir das bases de dados PubMed, SciELO, PsycINFO e LILACS. Foram incluídos estudos de base populacional que...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Ronaldo Santhiago Bonfim de Souza, Júlia Costa de Oliveira, Juliana Alvares-Teodoro, Maycoln Leôni Martins Teodoro
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2020
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.58
https://doaj.org/article/a08dd27824fd4cdbb776e661a7692784
Description
Summary:Objetivo. Descrever a frequência, as características e os fatores que contribuem para o suicídio em povos indígenas brasileiros. Método. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura a partir das bases de dados PubMed, SciELO, PsycINFO e LILACS. Foram incluídos estudos de base populacional que enfocassem suicídio em populações indígenas no território brasileiro. Resultados. A busca identificou 111 artigos, dos quais nove preencheram os critérios de inclusão. Três estudos foram realizados na região Centro-Oeste, quatro na região Norte do Brasil e dois abordaram todas as regiões do Brasil. Três estudos citaram as etnias estudadas, totalizando sete etnias (Terena, Kadiweu, Guato, Ofaie-Xavante, Guarani, Guarani-Kaiowá e Guarani-Nandeva). Os estudos demonstraram maior taxa de mortalidade por suicídio em pessoas do sexo masculino, solteiros, com 4 a 11 anos de escolaridade, na faixa etária de 15 a 24 anos, no domicílio e nos finais de semana, tendo como principal método o enforcamento. Os principais fatores de risco para o suicídio foram pobreza, fatores históricos e culturais, baixos indicadores de bem estar, desintegração das famílias, vulnerabilidade social e falta de sentido de vida e futuro. Conclusões. Todos os estudos indicaram a necessidade de desenvolvimento de estratégias em conjunto com as comunidades, considerando sua cosmovisão e os aspectos sócio-histórico-culturais de cada etnia, para minimização dos fatores de risco e redução da taxa de suicídio.