Arqueologia de marinheiros-caçadores do século XIX: ensaio sobre o tempo e a Antártica

Resumo O tempo é dimensão intrínseca da vivência humana e da nossa experiência de mundo. Evitando considerá-lo simplesmente como invólucro ou como um suporte de eventos, abre-se lugar para pensar sobre o tempo imanente, que nos é interno à consciência. Esse é o tempo tal como é percebido, que privil...

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Bibliographic Details
Published in:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas
Main Author: Sarah Barros Viana Hissa
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
French
Portuguese
Published: Museu Paraense Emílio Goeldi
Subjects:
H
Online Access:https://doi.org/10.1590/1981.81222017000100002
https://doaj.org/article/7cbd47f688eb405095c0c1af4fefe7db
Description
Summary:Resumo O tempo é dimensão intrínseca da vivência humana e da nossa experiência de mundo. Evitando considerá-lo simplesmente como invólucro ou como um suporte de eventos, abre-se lugar para pensar sobre o tempo imanente, que nos é interno à consciência. Esse é o tempo tal como é percebido, que privilegia, por exemplo, a duração percebida de algum evento ao invés da duração absoluta, mensurada em minutos, dias ou anos. Essas questões se fazem relevantes quando se considera a presença dos marinheiros-caçadores na Antártica do século XIX. Isso porque a imagem recorrente do continente gelado é a de um espaço inerte e estático, sem ação e sem tempo. Contudo, pensando na possibilidade de outras formas de compreendê-la, esse artigo explora os elementos que podem determinar ou influenciar a percepção do tempo transcorrido, sua velocidade e compasso, para o contexto desses marinheiros-caçadores. Para isso, serão relacionados elementos como o ritmo intenso de trabalho de caça, os momentos de lazer, de atribulações e obstáculos, os marcadores absolutos e não absolutos de tempo, a proveniência dos objetos utilizados (metrópole x Antártica) e a durabilidade dos objetos trazidos na viagem.