Evolução da positividade sorológica para a doença de Chagas numa comunidade rural brasileira

Com o objetivo de avaliar a evolução da positividade sorológica para doença de Chagas na comunidade rural de Cássia dos Coqueiros, Estado de São Paulo, Brasil, foram comparados dois estudos transversais realizados na localidade nos anos de 1971-1972 e 1989-1991. O primeiro levantamento utilizou reaç...

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Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Afonso Dinis Costa Passos, Jarbas Leite Nogueira, José Fernando de Castro Figueiredo, Uilho Antônio Gomes, Amaury Lelis Dal-Fabbro
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 1997
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.1590/s1020-49891997001000004
https://doaj.org/article/6bbb32e428a041cd912475ac5958fa12
Description
Summary:Com o objetivo de avaliar a evolução da positividade sorológica para doença de Chagas na comunidade rural de Cássia dos Coqueiros, Estado de São Paulo, Brasil, foram comparados dois estudos transversais realizados na localidade nos anos de 1971-1972 e 1989-1991. O primeiro levantamento utilizou reação de fixação de complemento para determinar a positividade para sorologia da doença. A prevalência total da doença de Chagas encontrada por este estudo foi de 16,6%, com variação de 2,9 a 61,9% (nos grupos etários de 10 a 19 e de 50 a 59 anos de idade, respectivamente). No estudo de 1989-1991, que utilizou imunofluorescência indireta, a prevalência total caiu para 10,1%, com valor mínimo de 0,4% (de 10 a 19 anos) e máximo de 44,8% (acima de 60 anos de idade). Entre pessoas nascidas em Cássia dos Coqueiros, o estudo de 1989-1991 mostrou positividade a partir da idade de 38 anos, com uma única exceção (um homem de 24 anos de idade). A queda no índice de positividade para doença de Chagas em Cássia dos Coqueiros no período analisado pode ser parcialmente devida a fatores sócio-econômicos, como melhoria das condições de vida e progressivo esvaziamento das áreas rurais. Porém, os resultados apontam para a aplicação domiciliar de inseticidas de ação residual, implementada pela primeira vez em 1950, como o fator determinante no combate aos triatomíneos e no controle da transmissão da doença. Os resultados sugerem que a interrupção da transmissão da doença pode ter ocorrido já ao final de 1954, consolidando-se posteriormente através da melhoria das condições sócio-econômicas e da eliminação do Triatoma infestans da área de estudo.