Estimativas corrigidas de feminicídios no Brasil, 2009 a 2011

OBJETIVO: Estimar as taxas de feminicídios corrigidas e apresentar o perfil desses óbitos no Brasil durante o triênio de 2009 a 2011. MÉTODOS: Foi realizado estudo descritivo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram considerados como feminicídios os óbitos de mulheres cuja...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Leila Posenato Garcia, Lucia Rolim Santana de Freitas, Gabriela Drummond Marques da Silva, Doroteia Aparecida Höfelmann
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2015
Subjects:
R
Online Access:https://doaj.org/article/61988011428f4debbc2c3e1eced16be2
Description
Summary:OBJETIVO: Estimar as taxas de feminicídios corrigidas e apresentar o perfil desses óbitos no Brasil durante o triênio de 2009 a 2011. MÉTODOS: Foi realizado estudo descritivo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram considerados como feminicídios os óbitos de mulheres cuja causa básica foi classificada nos códigos X85-Y09 da CID-10 (agressões). Esses dados foram corrigidos em duas etapas: redistribuição proporcional dos eventos cuja intenção é indeterminada (Y10-Y34) e aplicação de fatores de correção das taxas de mortalidade descritos anteriormente na literatura. RESULTADOS: No período analisado, foram registrados 13 071 feminicídios no SIM. Após a correção, estimou-se a ocorrência de 17 167 feminicídios, o que equivale a uma taxa de 5,86 óbitos por 100 000 mulheres. Taxas mais elevadas foram observadas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte (6,93, 6,88 e 6,43 óbitos por 100 000 mulheres, respectivamente), enquanto as mais baixas foram nas regiões Sul e Sudeste (5,07 e 5,09 óbitos por 100 000 mulheres, respectivamente). Entre as vítimas, 29,7% tinham entre 20 e 29 anos; 60,9% eram negras; 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo. Houve envolvimento de armas de fogo em 50,2% das mortes; 27,6% ocorreram no domicílio e 35,1% aos finais de semana. CONCLUSÕES: As taxas de feminicídios foram elevadas e corroboram a necessidade de correção, visando a reduzir a subestimação. As vítimas foram mulheres de todas as faixas etárias, etnias e níveis de escolaridade. Todavia, as principais vítimas foram mulheres jovens, negras e com baixa escolaridade, residentes nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.