Investigação participativa baseada na comunidade em saúde pública: potencialidades e desafios

No campo da saúde pública, advoga-se uma mudança de paradigma de investigação que possibilite maior tradução do conhecimento científico em ações e políticas de saúde mais adaptadas às comunidades. Especial atenção tem sido dada à investigação participativa baseada na comunidade, pelo seu potencial e...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Sónia Dias, Ana Gama
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2014
Subjects:
R
Online Access:https://doaj.org/article/5a55780053454f84af6d7ec245dc552e
Description
Summary:No campo da saúde pública, advoga-se uma mudança de paradigma de investigação que possibilite maior tradução do conhecimento científico em ações e políticas de saúde mais adaptadas às comunidades. Especial atenção tem sido dada à investigação participativa baseada na comunidade, pelo seu potencial em possibilitar um maior conhecimento sobre as questões complexas de saúde. Neste ensaio, refletiu-se sobre a contribuição da investigação participativa em saúde, analisando as suas perspectivas teóricas, princípios e potencialidades. Também se examinarom alguns aspectos críticos na sua implementação, realçando-se possíveis estratégias para superar esses desafios. A investigação participativa integra uma abordagem colaborativa de envolvimento das comunidades, profissionais, decisores políticos e acadêmicos na produção de conhecimento, incorporando as suas diferentes perspectivas e experiências. Essa abordagem favorece a aceitação do projeto, a adesão das comunidades ao estudo e, consequentemente, a qualidade dos dados coletados. A investigação participativa pode ser, em si só, uma intervenção: o envolvimento das comunidades pode aumentar a sua tomada de consciência sobre a importância das temáticas abordadas e capacitá-las para definir e responder às problemáticas de saúde, promovendo o seu empoderamento. Contudo, os investigadores encontram desafios na utilização dessa abordagem, relacionados com o estabelecimento e manutenção das parcerias de investigação, a partilha de controle da tomada de decisão e a conciliação das motivações e interesses dos parceiros. Mais evidência sobre o processo de implementação da investigação participativa reforçará o seu quadro teórico, a compreensão das suas potencialidades e limitações no estudo de diferentes problemáticas, contextos e populações, e o seu papel benéfico para as comunidades.