Depressão em comunidades quilombolas no Brasil: triagem e fatores associados

OBJETIVO: Estimar a prevalência e fatores associados à triagem positiva para episódio depressivo maior (EDM) em comunidades quilombolas do estado da Bahia, Brasil. MÉTODOS: Estudo populacional, transversal, com 764 participantes selecionados aleatoriamente em cinco comunidades quilombolas de Vitória...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Sabrina Martins Barroso, Ana Paula Souto Melo, Mark Drew Crosland Guimarães
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2014
Subjects:
R
Online Access:https://doaj.org/article/39ec7022c84f40888c704fa9fdfc8276
Description
Summary:OBJETIVO: Estimar a prevalência e fatores associados à triagem positiva para episódio depressivo maior (EDM) em comunidades quilombolas do estado da Bahia, Brasil. MÉTODOS: Estudo populacional, transversal, com 764 participantes selecionados aleatoriamente em cinco comunidades quilombolas de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. A depressão é definida por 10 ou mais pontos e presença de cinco ou mais sintomas no Patient Health Questionnaire (PHQ-9). Utilizou-se a regressão de Poisson para obter razões de prevalência (RP), com intervalo de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: A triagem foi positiva para EDM em 12% dos participantes (IC95%: 10 a 14), mas apenas 2,3% das pessoas relataram diagnóstico prévio. A triagem para depressão associou-se a autoavaliação da saúde ruim ou muito ruim (RP = 1,14; IC95%: 1,04 a 1,26), doenças crônicas (RP = 1,08; IC95%: 1,04 a 1,13), sedentarismo (RP = 1,06; IC95%: 1,01 a 1,11) e acesso razoável (RP = 1,07; IC95%: 1,01 a 1,13) ou ruim aos serviços de saúde (RP = 1,07; IC95%: 1,02 a 1,12). CONCLUSÕES: A prevalência de EDM na população quilombola foi semelhante à da população geral brasileira. A relação entre triagem para EDM e pior acesso aos serviços de saúde indica perda de oportunidade de diagnóstico precoce. Ações públicas de combate à desigualdade social e de saúde devem ser implantadas para garantir a equidade nessas comunidades.