Naturalia medieval: identificação, iconografia e iconologia de objetos naturais no final da idade media

A era global nascente no final da Idade Média introduziu objetos exóticos de terras distantes na Europa Ocidental. Os objectos exóticos do mundo natural – naturalia – foram frequentemente modelados em artefactos eclesiásticos e senhoriais e guardados em tesouros. Não raras vezes, esses materiais era...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Stein, Chantal
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://dialnet.unirioja.es/servlet/oaiart?codigo=8063900
Description
Summary:A era global nascente no final da Idade Média introduziu objetos exóticos de terras distantes na Europa Ocidental. Os objectos exóticos do mundo natural – naturalia – foram frequentemente modelados em artefactos eclesiásticos e senhoriais e guardados em tesouros. Não raras vezes, esses materiais eram renomeados no novo contexto – como presas de narval, entendidas como chifres de unicórnio – recebendo significados adicionais associados a criaturas míticas alegóricas. Este artigo investiga o movimento, alteração e uso de naturalia renomeada, no contexto da sociedade do final da Idade Média. Foca-se em objectos que mantiveram as respectivas características morfológicas distintivas depois do seu funcionamento, a partir da hipótese de que a identidade do animal, indexada a partir de uma forma reconhecível ou conjunto de características físicas, era importante. Além disso, serão ainda consideradas as conotações simbólicas e propriedades ocultas decorrentes da alegorização da matéria para estudar o papel desempenhado pela ornamentação de naturalia. Este texto explora o discurso entre objetos tangíveis existentes e textos contemporâneos, como bestiários, lapidários e compêndios alquímicos, para examinar como a iconografia da forma do artecfato e a iconologia da ornamentação contribuíram para a significação geral de naturalia.