Summary: | Ainda que, no passado, a Pedologia e a Geomorfologia tenham trilhado caminhos diferentes, por vezes excluindo ou secundarizando elementos importantes na análise da paisagem, uma série de trabalhos vêm, mais recentemente, discutindo a relação solo-relevo, constituindo-se, assim, como ferramentas importantes para a compreensão da evolução das paisagens e tornando evidente a importância dos sistemas pedogeomorfológicos no estudo da gênese e dos processos modeladores da superfície terrestre. Uma das regiões alvo de estudos pedogeomorfológicos, mesmo que ainda de forma bem incipiente, é a Antártica. As áreas livres de gelo, onde ocorrem solos, representam 0,35% da região antártica. Apesar de os solos se distribuírem em uma porção muito pequena, é significativa a lacuna no conhecimento pedológico e geomorfológico dos ambientes antárticos. Os sistemas paraglaciais, proglaciais e periglaciais se destacam nesse contexto, com variadas formas e processos geomorfológicos atuantes, associados a diferentes processos pedogenéticos, condicionando variados tipos de solos. Sendo assim, o objetivo deste estudo é apresentar, com base na literatura, um breve cenário das pesquisas a respeito das inter-relações entre solos e relevos realizadas na Antártica. Além disso, esse trabalho pretende apurar, de forma geral, como essas pesquisas têm contribuído para o entendimento de ambientes polares não glaciais. Reitera-se a complexidade das paisagens antárticas, tanto do ponto de vista geomorfológico, quanto pedológico, e a necessidade de continuidade de estudos pedogeomorfológicos no continente gelado.
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