Descrição osteológica e análise filogenética de um novo material de Rauisuchia (Archosauria, Crurotarsi) da formação Santa Maria, triássico médio Sul-Rio-Grandense, Brasil

Os rauissúquios constituem um grupo relacionado à linhagem pró-crocodiliana e apresentam um registro amplamente distribuído pelo mundo, com exceção da Austrália e Antártida. No Brasil, ocorrem apenas na Formação Santa Maria, Mesotriássico do Rio Grande do Sul. O material em estudo (UFRGS-PV-0152-T)...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Raugust, Tiago
Other Authors: Schultz, Cesar Leandro
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: 2014
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/98587
id ftunivfrgs:oai:www.lume.ufrgs.br:10183/98587
record_format openpolar
institution Open Polar
collection Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Lume
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topic Paleontologia
Crurotarsi
Formação Santa Maria
Systematic
Rauisuchia
Triassic
spellingShingle Paleontologia
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Raugust, Tiago
Descrição osteológica e análise filogenética de um novo material de Rauisuchia (Archosauria, Crurotarsi) da formação Santa Maria, triássico médio Sul-Rio-Grandense, Brasil
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Formação Santa Maria
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Rauisuchia
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description Os rauissúquios constituem um grupo relacionado à linhagem pró-crocodiliana e apresentam um registro amplamente distribuído pelo mundo, com exceção da Austrália e Antártida. No Brasil, ocorrem apenas na Formação Santa Maria, Mesotriássico do Rio Grande do Sul. O material em estudo (UFRGS-PV-0152-T) constitui-se de elementos cranianos e póscranianos que foram coletados no Município de Vale Verde, em níveis bioestratigráficos correspondentes à Z. A. de Dinodontosaurus, embora não existam registros do local exato do afloramento ou os dados de sua coleta. Após a descrição anatômica e um estudo comparativo com os demais rauissúquios, incluímos os dados morfológicos de UFRGS-PV-0152-T na matriz de dados de Butler et al. (2011), para testar suas relações filogenéticas. Um total de 32 táxons tiveram 149 estados de caracteres recodificados e, como resultado, a árvore de consenso estrito mostrou UFRGS-PV-0152-T como um rauissúquio que expressa uma relação de grupo-irmão com o espécime BSPHG AS 1933L (holótipo de Prestosuchus chiniquensis) com base na presença de uma crista supra-acetabular do ílio que é ântero-dorsalmente inclinada. A análise revelou também duas autapomorfias para UFRGS-PV-0152-T: 1) o astrágalo exibe uma lâmina óssea separando a faceta tibial da margem posterior (sendo este caráter, porém, homoplásico com diversos integrantes do clado Pseudosuchia); 2) presença, na porção rostro-lateral do maxilar, de uma superfície tubercular sobresaliente, com aspecto de carretel, que serve para articulação com o processo póstero-dorsal do pré-maxilar. O exemplar diferencia-se de BSPHG AS 1933L por “possuir um o tubérculo calcaneal com um comprimento (ântero-posterior) um pouco maior do que a largura/espessura de sua base”. Difere dos demais espécimes de Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV-0156-T e UFRGSPV- 0629-T) por 6 características da caixa craniana e 3 maxilares, e de todos os espécimes (publicados) já atribuídos a Prestosuchus chiniquensis por uma característica do ísquio e outra femural. Tais diferenças parecem não ter um significado tafonômico – devido ao excelente estado preservacional - ou ontogenético, pois apesar do menor tamanho, UFRGSPV- 0152-T não exibe suturas soltas em seu esqueleto. Logo, tais diferenças podem ter um significado taxonômico, possibilitando uma denominação taxonômica distinta para UFRGSPV- 0152-T. Além disso, o estudo comparativo do exemplar em questão com demais exemplares atribuídos a Prestosuchus revela uma grande diversidade anatômica nas formas reunidas sob esta denominação. Rauisuchia is a group related to the pro-crocodilian lineage and present a record widely distributed throughout the world except Australia and Antarctica. In Brazil, it only occurs in the Santa Maria Formation, Mesotriassic of Rio Grande do Sul. The material under study (UFRGS-PV-0152-T) consists of cranial and post-cranial elements that were collected in the municipality of Vale Verde, in the corresponding biostratigraphic levels of Dinodontosaurus AZ, although there is no record of the exact location of the outcrop or data about your collection. After the anatomical description and a comparative study with other rauisuchians, we include morphological data of UFRGS-PV-0152-T on the Butler et al. (2011) data matrix, to test its phylogenetic relationships. A total of 32 taxa had 149 states of characters recoded and as a result, the strict consensus tree showed UFRGS-PV-0152-T as a rauisuchian that expresses a sister-group relationship with the specimen BSPHG AS 1933L (holotype of Prestosuchus chiniquensis) based on the presence of a crest dorsal to the supraacetabular crest/rim anterodorsally inclined. The analysis also revealed two autapomorphies for UFRGS-PV-0152-T: 1) astragalus with a thin lamina separating the tibial facet from the posterior edge (being this character, however, homoplasic with several members of the Pseudosuchia clade); 2) rostrolateral surface of maxilla with a salient tubercular surface (spool like surface) for the articulation with the posterodorsal process of the premaxilla. UFRGS-PV-0152-T differs from BSPHG AS 1933L by having "the calcaneal tuber longer (anteroposteriorly) than broad” and differs from other specimens of Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV-0156-T and UFRGS-PV-0629-T) in 6 features of the skull and 3 of jaws. It also differs from all specimens published as Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV- 0156-T e UFRGS-PV-0629-T) by a feature of the ischium and other of the femur. Such differences do not seem to have a taphonomic significance - due to the excellent preservacional state - or ontogenetic because despite the smaller size, UFRGS-PV-0152-T does not display loose sutures in its skeleton. Therefore, such differences may have a taxonomic meaning, allowing a distinct taxonomic designation for UFRGS-PV-0152-T. Moreover, the comparative study of the exemplar in question with other specimens assigned to Prestosuchus reveals a great diversity in anatomical forms united under this name.
author2 Schultz, Cesar Leandro
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publishDate 2014
url http://hdl.handle.net/10183/98587
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geographic Sob’
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genre Antarc*
Antarctica
Antártida
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_version_ 1766227590727598080
spelling ftunivfrgs:oai:www.lume.ufrgs.br:10183/98587 2023-05-15T13:45:34+02:00 Descrição osteológica e análise filogenética de um novo material de Rauisuchia (Archosauria, Crurotarsi) da formação Santa Maria, triássico médio Sul-Rio-Grandense, Brasil Raugust, Tiago Schultz, Cesar Leandro 2014 application/pdf http://hdl.handle.net/10183/98587 por por Open Access Paleontologia Crurotarsi Formação Santa Maria Systematic Rauisuchia Triassic Tese 2014 ftunivfrgs 2014-07-26T23:51:34Z Os rauissúquios constituem um grupo relacionado à linhagem pró-crocodiliana e apresentam um registro amplamente distribuído pelo mundo, com exceção da Austrália e Antártida. No Brasil, ocorrem apenas na Formação Santa Maria, Mesotriássico do Rio Grande do Sul. O material em estudo (UFRGS-PV-0152-T) constitui-se de elementos cranianos e póscranianos que foram coletados no Município de Vale Verde, em níveis bioestratigráficos correspondentes à Z. A. de Dinodontosaurus, embora não existam registros do local exato do afloramento ou os dados de sua coleta. Após a descrição anatômica e um estudo comparativo com os demais rauissúquios, incluímos os dados morfológicos de UFRGS-PV-0152-T na matriz de dados de Butler et al. (2011), para testar suas relações filogenéticas. Um total de 32 táxons tiveram 149 estados de caracteres recodificados e, como resultado, a árvore de consenso estrito mostrou UFRGS-PV-0152-T como um rauissúquio que expressa uma relação de grupo-irmão com o espécime BSPHG AS 1933L (holótipo de Prestosuchus chiniquensis) com base na presença de uma crista supra-acetabular do ílio que é ântero-dorsalmente inclinada. A análise revelou também duas autapomorfias para UFRGS-PV-0152-T: 1) o astrágalo exibe uma lâmina óssea separando a faceta tibial da margem posterior (sendo este caráter, porém, homoplásico com diversos integrantes do clado Pseudosuchia); 2) presença, na porção rostro-lateral do maxilar, de uma superfície tubercular sobresaliente, com aspecto de carretel, que serve para articulação com o processo póstero-dorsal do pré-maxilar. O exemplar diferencia-se de BSPHG AS 1933L por “possuir um o tubérculo calcaneal com um comprimento (ântero-posterior) um pouco maior do que a largura/espessura de sua base”. Difere dos demais espécimes de Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV-0156-T e UFRGSPV- 0629-T) por 6 características da caixa craniana e 3 maxilares, e de todos os espécimes (publicados) já atribuídos a Prestosuchus chiniquensis por uma característica do ísquio e outra femural. Tais diferenças parecem não ter um significado tafonômico – devido ao excelente estado preservacional - ou ontogenético, pois apesar do menor tamanho, UFRGSPV- 0152-T não exibe suturas soltas em seu esqueleto. Logo, tais diferenças podem ter um significado taxonômico, possibilitando uma denominação taxonômica distinta para UFRGSPV- 0152-T. Além disso, o estudo comparativo do exemplar em questão com demais exemplares atribuídos a Prestosuchus revela uma grande diversidade anatômica nas formas reunidas sob esta denominação. Rauisuchia is a group related to the pro-crocodilian lineage and present a record widely distributed throughout the world except Australia and Antarctica. In Brazil, it only occurs in the Santa Maria Formation, Mesotriassic of Rio Grande do Sul. The material under study (UFRGS-PV-0152-T) consists of cranial and post-cranial elements that were collected in the municipality of Vale Verde, in the corresponding biostratigraphic levels of Dinodontosaurus AZ, although there is no record of the exact location of the outcrop or data about your collection. After the anatomical description and a comparative study with other rauisuchians, we include morphological data of UFRGS-PV-0152-T on the Butler et al. (2011) data matrix, to test its phylogenetic relationships. A total of 32 taxa had 149 states of characters recoded and as a result, the strict consensus tree showed UFRGS-PV-0152-T as a rauisuchian that expresses a sister-group relationship with the specimen BSPHG AS 1933L (holotype of Prestosuchus chiniquensis) based on the presence of a crest dorsal to the supraacetabular crest/rim anterodorsally inclined. The analysis also revealed two autapomorphies for UFRGS-PV-0152-T: 1) astragalus with a thin lamina separating the tibial facet from the posterior edge (being this character, however, homoplasic with several members of the Pseudosuchia clade); 2) rostrolateral surface of maxilla with a salient tubercular surface (spool like surface) for the articulation with the posterodorsal process of the premaxilla. UFRGS-PV-0152-T differs from BSPHG AS 1933L by having "the calcaneal tuber longer (anteroposteriorly) than broad” and differs from other specimens of Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV-0156-T and UFRGS-PV-0629-T) in 6 features of the skull and 3 of jaws. It also differs from all specimens published as Prestosuchus chiniquensis (UFRGS-PV- 0156-T e UFRGS-PV-0629-T) by a feature of the ischium and other of the femur. Such differences do not seem to have a taphonomic significance - due to the excellent preservacional state - or ontogenetic because despite the smaller size, UFRGS-PV-0152-T does not display loose sutures in its skeleton. Therefore, such differences may have a taxonomic meaning, allowing a distinct taxonomic designation for UFRGS-PV-0152-T. Moreover, the comparative study of the exemplar in question with other specimens assigned to Prestosuchus reveals a great diversity in anatomical forms united under this name. Thesis Antarc* Antarctica Antártida Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Lume Sob’ ENVELOPE(66.156,66.156,66.322,66.322)