O colapso do sistema bancário islandês de 2008 e o papel do estado na recuperação da economia : uma análise a partir da teoria de Minsky

Em outubro de 2008, como resultado da crise financeira mundial, a Islândia presenciou – no período de uma semana – a falência dos seus três maiores bancos nacionais, o que resultou em severas consequências não só para a economia como um todo, mas também para as famílias. Embora o impacto sofrido pel...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Stephanou, Luísa Segabinazzi
Other Authors: Lima, Antonio Ernani Martins
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/167306
Description
Summary:Em outubro de 2008, como resultado da crise financeira mundial, a Islândia presenciou – no período de uma semana – a falência dos seus três maiores bancos nacionais, o que resultou em severas consequências não só para a economia como um todo, mas também para as famílias. Embora o impacto sofrido pela crise tenha sido proporcionalmente mais profundo no país do que nos demais do continente europeu, destaca-se o fato da recuperação apresentada pela sua economia ter sido uma das rápidas e amplas da região. O trabalho, nesse contexto, tem o objetivo de identificar as principais fragilidades do sistema bancário islandês – as quais o tornaram tão vulnerável às oscilações internacionais – bem como apontar os principais fatores responsáveis pela posterior reestabilização da economia. Nesse sentido, primeiramente, destaca-se a importante influência do ingresso do país no mercado comum europeu em 1994 como desencadeante tanto da expansão da economia como da sua fragilização. Em segundo lugar, ao analisar tal realidade a partir da teoria da Hipótese de Instabilidade Financeira de Minsky, que apresenta tais cenários como consequências naturais do desenvolvimento de uma economia de mercado – identifica-se elementos que levam a interpretar o episódio analisado como uma etapa de um ciclo econômico minskyano. E, por fim, nota-se a relevância das políticas de controle de capitais impostas pelo governo pós-crise como condicionantes da estabilização do câmbio e, a partir de então, da economia. In October of 2008, as a result of the global financial crisis, Iceland has witnessed – in one week time – the bankruptcy of its 3 major national banks, which resulted in severe consequences not only to the economy as a hole, but also to the families. Although the impact of the crisis has been proportionately deeper in the country than in the rest of the European continent, it is worth mentioning the fact that the recovery presented by its economy was one of the fastest and broadest in the region. This study in this context aims to identify the main weaknesses of the Icelandic banking system - which have made it so vulnerable to international oscillations - as well as to point out the main factors responsible for the subsequent re-stabilization of the economy. Firstly, in this sense, the important influence of the country's entry into the European common market in 1994 as a trigger for both the expansion of the economy and its fragility is highlighted. Secondly, in analyzing this reality from the theory of Minsky's Financial Instability Hypothesis, which presents such scenarios as natural consequences of the development of a market economy – it is identified elements that lead to interpret the analyzed episode as a stage of a Minsky`s economic cycle. And, finally, the relevance of the capital control policies imposed by the government in the post-crisis context as determinants of the stabilization of the exchange rate and, from then on, of the economy.