Os limites e as limitações da ciência : considerações sobre a autonomia dos pesquisadores brasileiros na Antártida

Este trabalho versa sobre as limitações e os limites da produção científica brasileira atual, a partir da consideração de um caso específico, as pesquisas realizadas na Antártica no contexto do Programa Antártico Brasileiro – PROANTAR. Mais especificamente, buscaremos conhecer e analisar os agentes...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lemmertz, Heloisa
Other Authors: Weiss, Raquel Andrade
Format: Thesis
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/66992
Description
Summary:Este trabalho versa sobre as limitações e os limites da produção científica brasileira atual, a partir da consideração de um caso específico, as pesquisas realizadas na Antártica no contexto do Programa Antártico Brasileiro – PROANTAR. Mais especificamente, buscaremos conhecer e analisar os agentes que influenciam na produção científica antártica. O objetivo geral é mapear o grau de autonomia do PROANTAR a partir da identificação dos atores e esferas de valor que estão por trás de sua implementação (determinações sociais) e como os “portadores dos valores da ciência”, ou seja, os cientistas, posicionam-se diante do perfil das pesquisas incentivadas pelo programa. Para estes objetivos, é necessário compreender, primeiramente, o contexto de criação do PROANTAR, para, a partir disso, poder analisar a influência deste nas atividades atuais desenvolvidas pelos pesquisadores naquele local. Esta pesquisa se insere no contexto de uma discussão que está dentre as mais centrais do mundo contemporâneo, e que diz respeito ao significado e às condições de possibilidade de autonomia da ciência. Para realizar esta investigação buscaremos amparo na teoria produzida por autores vinculados à Sociologia do Conhecimento, os quais analisam em sua grande maioria a questão das influências que afetam a produção de conhecimento. O tema perpassa a produção cientifica de vários autores, desde o clássico Max Weber, com o conceito de autonomia das esferas de valor, e depois Karl Mannheim, que afirma que há interesses que irão determinar a produção da ciência. E mais recentemente o tema é tratado por Pierre Bourdieu em sua teoria sobre os campos, entendidos como microcosmos que possuem uma lógica própria de ação. Além de uma revisão bibliográfica acerca do tema, este trabalho apresenta a análise de entrevistas realizadas com pesquisadores ligados ao PROANTAR e a análise de documentos produzidos pelos órgãos responsáveis pelo programa, bem como, material divulgado pela mídia. Espera-se que este trabalho possa contribuir para o planejamento dos novos rumos do PROANTAR, através de um registro histórico do programa que resgata o seu contexto de criação, da caracterização dos agentes colaboradores deste e, sobretudo da análise feita sobre os limites de sua produção científica, que esclarece determinados aspectos que podem vir a ser modificados no futuro. Ce travail porte sur les limitations et les limites de l’actuelle production scientifique brésilienne, à partir de la considération d’un cas spécifique, les recherches réalisées en Antarctique dans le cadre du Programme Antarctique Brésilien – PROANTAR. Plus particulièrement, nous nous efforcerons de connaître et d’analyser les agents qui portent une influence sur la production scientifique antarctique. L’objectif principal, c’est de saisir le degré d’autonomie de PROANTAR à partir de l’identification des acteurs et des sphères de valeur qui sont cachés sous sa mise en place (des déterminations sociales) ainsi que les «porteurs des valeurs de la science», c’est-à-dire, la façon dont les scientifiques se positionnent face au profil des recherches motivées par le programme. Pour cela, il faut d’abord comprendre le cadre de création de PROANTAR, pour pouvoir analyser son influence dans les actuelles activités développées par les chercheurs dans ce lieu-là. Cette recherche s’inscrit dans le cadre d’une discussion parmi les plus centrales dans le monde contemporain, ce qui concerne le sens et les conditions de possibilité d’autonomie de la science. Pour réaliser cette investigation, nous chercherons appui à la théorie produite par des auteurs liés à la Sociologie de la Connaissance, qui analysent, par la plupart, la question des influences qui touchent la production de la connaissance. Le sujet est dans la production scientifique de plusieurs auteurs, depuis le classique Max Weber, par le concepte d’autonomie de sphères de valeur, suivi par Karl Mannheim qui soutient qu’il y a des intérêts qui sont en jeu dans la production de la science. Plus récemment, le thème est traité par Pierre Bourdieu par le concepte de champs, comme des microcosmes qui ont une logique propre d’action. Au-delà d’une large révision bibliographique à propôs du sujet, ce travail présente une analyse d’entrevues faites avec les chercheurs liés à PROANTAR et l’analyse de documents produits par les organismes responsables par le programme, ainsi que le matériel diffusé par les médias. Nous espérons que ce travail pourra être utile pour le projet pour la suivie de nouveaux chemins par PROANTAR, par un enregistrement historique du programme qui reprend son cadre de création, de la caractérisation de ses agents collaborateurs, et, surtout, de l’analyse faite sur les limites de la production scientifique de PROANTAR, ce qui éclaircie quelques aspects qui peuvent être modifiés à l’avenir.