A OCORRÊNCIA DE CÃES DOMÉSTICOS INVASORES É POSITIVAMENTE INFLUENCIADA POR UM MAIOR POTENCIAL DE USO PÚBLICO EM TRILHAS

Em escala global, o cão doméstico é uma espécie exótica invasora que causa grandes impactos negativos à biodiversidade em áreas protegidas. Cães domésticos têm impactos comprovados sobre ao menos 156 espécies em todo o mundo e atua como competidor e predador, transmitindo ainda patógenos para espéci...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Felizardo, Lucas Vieira, Marciniak, Brisa, Dechoum, Michele de Sá
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:Portuguese
Published: Oecologia Australis 2023
Subjects:
Online Access:https://revistas.ufrj.br/index.php/oa/article/view/55736
Description
Summary:Em escala global, o cão doméstico é uma espécie exótica invasora que causa grandes impactos negativos à biodiversidade em áreas protegidas. Cães domésticos têm impactos comprovados sobre ao menos 156 espécies em todo o mundo e atua como competidor e predador, transmitindo ainda patógenos para espécies nativas. Trabalhos realizados em Unidades de Conservação (UCs) têm mostrado que a probabilidade de registros de cães domésticos nessas áreas aumenta com a proximidade de assentamentos humanos. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar como a intensidade de uso público influencia na ocorrência de carnívoros domésticos no Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE), uma unidade de conservação inserida em ambiente urbano em Florianópolis, Santa Catarina. A predição testada foi de que há uma relação positiva entre a ocorrência de carnívoros domésticos e a intensidade de uso público no PAERVE. Os dados foram coletados por meio de busca ativa por cães e gatos domésticos em trilhas com diferentes potenciais de uso (PU) e de armadilhas fotográficas em áreas com baixa circulação humana. Foram obtidos 99 registros de cães domésticos (Canis familiaris), mas nenhum gato doméstico (Felis catus) foi registrado. O número de cães domésticos observados foi significativamente maior nas trilhas com maior PU. Adicionalmente, 90% dos cães observados estavam acompanhados de humanos, porém a maioria estava sem coleira/guia (67%), e 10% dos cães observados estavam transitando sem tutores (soltos). Os resultados deste estudo podem auxiliar a gestão das unidades de conservação, fornecendo embasamento para o direcionamento de locais onde o monitoramento referente à presença/abandono de animais domésticos é mais crucial, como as trilhas com maior potencial de uso público. Sugerimos, ainda, as seguintes medidas para o manejo de cães domésticos em UCs: (1) implementação de programas de informação pública sobre impactos de cães domésticos e sobre guarda responsável e, (2) implementação de planos de controle e erradicação focados na remoção ...