Medieval Naturalia

A era global nascente no final da Idade Média introduziu objetos exóticos de terras distantes na Europa Ocidental. Os objectos exóticos do mundo natural – naturalia – foram frequentemente modelados em artefactos eclesiásticos e senhoriais e guardados em tesouros. Não raras vezes, esses materiais era...

Full description

Bibliographic Details
Published in:Medievalista online
Main Author: Stein, Chantal
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Published: Instituto de Estudos Medievais - FCSH-UNL 2020
Subjects:
Online Access:http://journals.openedition.org/medievalista/3902
Description
Summary:A era global nascente no final da Idade Média introduziu objetos exóticos de terras distantes na Europa Ocidental. Os objectos exóticos do mundo natural – naturalia – foram frequentemente modelados em artefactos eclesiásticos e senhoriais e guardados em tesouros. Não raras vezes, esses materiais eram renomeados no novo contexto – como presas de narval, entendidas como chifres de unicórnio – recebendo significados adicionais associados a criaturas míticas alegóricas. Este artigo investiga o movimento, alteração e uso de naturalia renomeada, no contexto da sociedade do final da Idade Média. Foca-se em objectos que mantiveram as respectivas características morfológicas distintivas depois do seu funcionamento, a partir da hipótese de que a identidade do animal, indexada a partir de uma forma reconhecível ou conjunto de características físicas, era importante. Além disso, serão ainda consideradas as conotações simbólicas e propriedades ocultas decorrentes da alegorização da matéria para estudar o papel desempenhado pela ornamentação de naturalia. Este texto explora o discurso entre objetos tangíveis existentes e textos contemporâneos, como bestiários, lapidários e compêndios alquímicos, para examinar como a iconografia da forma do artecfato e a iconologia da ornamentação contribuíram para a significação geral de naturalia. The nascent global age at the close of the Middle Ages introduced exotic objects from distant lands into Western Europe. Exotica from the natural world – naturalia – were frequently fashioned into ecclesiastical and seigniorial artifacts and housed in treasuries. The materials were sometimes re-identified in their new contexts, such as narwhal tusks understood as unicorn horns, which bestowed upon them additional meanings associated with those allegorical mythical creatures. This work investigates the movement, alteration, and use of such re-identified naturalia in late medieval society leading up to the Age of Discovery. It focuses on naturalia that retained their distinct morphological features ...