Arrojamentos de cetáceos e interações com as pescas na costa norte de Portugal Continental

A análise de arrojamentos de cetáceos tornou-se uma ferramenta importante para o estudo e monitorização de populações. Os arrojamentos representam informação que contribui para conhecermos melhor a ocorrência, distribuição e densidade relativa de uma espécie, condição corporal, saúde e causas de mor...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ângelo, Ana Rita Melo
Other Authors: Eira, Catarina Isabel da Costa Simões
Format: Master Thesis
Language:Portuguese
Published: 1480
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/30825
Description
Summary:A análise de arrojamentos de cetáceos tornou-se uma ferramenta importante para o estudo e monitorização de populações. Os arrojamentos representam informação que contribui para conhecermos melhor a ocorrência, distribuição e densidade relativa de uma espécie, condição corporal, saúde e causas de morte prevalentes. Desta maneira, este estudo serviu para verificar a situação atual, e dos últimos 10 anos, dos arrojamentos de cetáceos, em especial do golfinho-comum e boto, na zona centro e norte de Portugal, desde Caminha até Peniche. Para isso, recorreu-se aos dados da rede regional de arrojamentos para observar frequências de arrojamentos, tendências anuais, mensais e trimestrais (sazonais), as principais causas de morte e maturidade das populações de golfinho-comum e boto. Foi demonstrado que a espécie mais representativa na área de estudo é o golfinho-comum (66.43%), seguido do boto (15.10%), golfinho-riscado (3.80%), roaz (2.12%) e a baleia-anã (1.36%). Desde 2010 a 2019, verificou-se um aumento no número de arrojamentos totais, do golfinho-comum e do boto. Destacou-se principalmente o ano 2019 por apresentar os números mais elevados de arrojamentos. Isto poderá dever-se a um incremento da mortalidade da população e/ou a um aumento da proporção de animais mortos que chegam a arrojar e são detetados. Pela evolução mensal e trimestral, foi possível observar um maior número de arrojamentos no início do ano e um pico no mês julho. Estes padrões de evolução podem resultar de diversos fatores, nomeadamente condições marítimas adversas no inverno/primavera que dificultam a sobrevivência de indivíduos mais fracos e jovens, e que possibilitam a chegada à costa de mais indivíduos. Além disso, estes padrões também demonstram a sazonalidade de artes de pesca, em que o maior número de arrojamentos no inverno está associado a um maior número de indivíduos com evidências de captura acidental pela arte de pesca de redes de emalhar. O mesmo acontece no verão, em que o pico de arrojamentos está associado a um maior número de ...