Summary: | Atualmente são reconhecidos sete estoques reprodutivos (A-G) de baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) no hemisfério sul. O estoque reprodutivo ‘A’ estende-se ao longo costa brasileira (entre 5° e 23° S) sendo o Banco de Abrolhos-BA a principal área de reprodução do oceano atlântico sul para a espécie. Durante o período de caça baleeira comercial (início do século XX) sugere-se que esse estoque tenha sofrido um grande impacto populacional chegando a aproximadamente 2% do seu tamanho original. Pesquisas recentes, utilizando diferentes técnicas para estudo da história demográfica, têm apresentado controvérsias acerca dos valores de abundância recente e histórico para essa população. Para o delineamento de estratégias de conservação é de grande importância o conhecimento a diversidade genética e as possíveis flutuações populacionais ao longo do tempo e em determinados períodos. No presente estudo fez-se o sequenciamento de 25 amostras de DNA extraídas de tecido de indivíduos da população Brasileira de baleias jubarte, através da construção de bibliotecas de ddRADseq e sequenciamento de nova geração. Os dados evidenciam a ausência de estruturação populacional na população. A análise com 5145 locos com o migrate-n estimou a diversidade genética desta população em 0.00237 por sítio, que indica um tamanho efetivo de aproximadamente 40.000 e tamanho censitário de ~140.000. A abordagem de ABC (Approximate Bayesian Computation), usando ~mil locos nucleares, aplicada para testar diferentes cenários demográficos relacionados ao período de caça apontou para um cenário de população recente (<10 gerações) constante (contra cenários com alterações populacionais neste período) corroborando estudos prévios utilizando microssatélites e poucos loci nucleares.A estimativa para o Ne no cenário constante foi semelhante ao obtido com o migrate-n. Por fim, o skyline plot obtido com o migrate-n sugere um aumento do tamanho efetivo de mais de uma ordem de magnitude se estendendo por centenas de milhares de geração, o que sugere que esta estimativa pode na verdade refletir o tamanho populacional de uma da metapopulação abrangendo todo o hemisfério sul ou mesmo toda a espécie, hipótese que precisa ser testada com a adição de outras populações e cenários demográficos apropriados. Currently there are seven recognized reproductive stocks (A-G) of humpback whales (Megaptera novaeangliae) in the southern hemisphere. The breeding stock 'A' spreads along the Brazilian coast (between 5 ° and 23 ° S) and the Abrolhos Bank- BA is the main breeding area of the Southwest Atlantic Ocean. During the commercial whaling period (early 20th century) the breeding stock ‘A’ had reached nearly of 2% of its historical size. Recent researches, using different techniques to study the demographic history, have found different values for recent and historical abundance for this population. The knowledge about population size at specific times and its dynamics during time is very important to draw conservations strategies. Here we sequenced a ddRADseq library of 25 DNA samples extracted from tissues of individuals from the Brazilian humpback whales population. The data suggests absence of population structure in the population. The analysis with 5145 locus with migrate-n estimated the genetic diversity of the population as 0.00237 in per site, indicating an effective size of approximately 40,000 and a census size ~140,000. The ABC approach (Approximate Bayesian Computation), used to test different demographic scenarios related to the commercial whaling period, supported a constant population scenario (<10 generations) (against scenarios with population changes in this period) corroborating previous studies using microsatellites and a few nuclear loci. The Ne estimated in the constant scenario was similar to that obtained with the migrate-n method. Finally, the skyline plot obtained with the migrate-n suggests an increase in the effective size of more than an order of magnitude extending for hundreds of thousands of generation in the past.This very long time frame suggests that this estimate may actually reflects the population size of a metapopulation covering the entire Southern Hemisphere or even entire species, a hypothesis that needs to be tested with the addition of other populations and appropriate demographic scenarios.
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