Uso combinado de marcadores sorológicos e análise espacial na vigilância epidemiológica da hanseníase

Objetivo. Avaliar o uso combinado de marcadores sorológicos e análise espacial para ampliar a sensibilidade da vigilância epidemiológica da hanseníase. Método. Este estudo transversal foi realizado com vizinhos de casos de hanseníase e familiares e vizinhos de escolares com sorologia positiva anti-g...

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Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Gabriela de Cássia Ribeiro, Josafá Gonçalves Barreto, Isabela de Caux Bueno, Bruna Oliveira Costa, Francisco Carlos Félix Lana
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2021
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.26633/RPSP.2021.129
https://doaj.org/article/7b68b33efb0b49538ceea1a0d4eabca8
Description
Summary:Objetivo. Avaliar o uso combinado de marcadores sorológicos e análise espacial para ampliar a sensibilidade da vigilância epidemiológica da hanseníase. Método. Este estudo transversal foi realizado com vizinhos de casos de hanseníase e familiares e vizinhos de escolares com sorologia positiva anti-glicolipídeo fenólico I (PGL-I) em Diamantina, Minas Gerais, Brasil. Definiram-se como vizinhos as pessoas que residiam em um raio de até 100 metros de escolares e de casos de hanseníase. Para a coleta de dados, foram realizados entrevista semiestruturada, exame dermatoneurológico e teste sorológico rápido ML Flow. Todos os endereços foram georreferenciados. Foram realizadas regressão multivariada e análise espacial, tendo a sororreatividade anti-PGL-I como variável dependente. Resultados. Foram estudadas 1 491 pessoas: 1 009 (67,7%) familiares e vizinhos dos escolares com sorologia positiva e 482 (32,3%) vizinhos dos casos de hanseníase. Do total, 421 (28,2%) apresentaram soropositividade anti-PGL-I. A chance de soropositividade foi maior entre familiares e vizinhos dos escolares soropositivos (P > 0,001), entre pessoas com renda familiar de 1 salário-mínimo (P > 0,001), entre os mais jovens (P > 0,001) e entre os que residiam em domicílios com um a cinco cômodos (P = 0,007). A taxa de soropositividade foi maior em área geográfica correspondente aos escolares soropositivos (P > 0,001), ou seja, houve divergência entre o foco de maior concentração de casos e o de maior soropositividade. Conclusões. O uso combinado de marcadores sorológicos e análise espacial possibilitou identificar fragilidades operacionais dos serviços e uma possível endemia oculta de hanseníase nos setores censitários urbanos do município. Atividades de rastreamento de contatos sociais e vizinhos, busca ativa, campanhas educativas, inquéritos escolares e análise do território facilitam o diagnóstico precoce da hanseníase.