HIV e violência contra mulheres: estudo em município com alta prevalência de Aids no Sul do Brasil

OBJETIVO: Investigar a prevalência e os fatores associados à violência contra mulheres com HIV em um município de porte médio no Sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra de 161 usuárias de um Serviço de Assistência Especializada para HIV em um município com alta prevalência de Aids no...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Roger Flores Ceccon, Stela Nazareth Meneghel
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2015
Subjects:
HIV
R
Online Access:https://doaj.org/article/3f098937aeed4eedaabeb765917ea5cf
Description
Summary:OBJETIVO: Investigar a prevalência e os fatores associados à violência contra mulheres com HIV em um município de porte médio no Sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra de 161 usuárias de um Serviço de Assistência Especializada para HIV em um município com alta prevalência de Aids no estado do Rio Grande do Sul. Para verificar a prevalência e as formas de violência, foram utilizadas 13 questões do instrumento World Health Organization Violence Against Women (WHO VAW), adaptado e validado para português brasileiro. Pesquisou-se a presença de violência psicológica, física e sexual sofrida em algum momento da vida e perpetrada por parceiro ou ex-parceiro íntimo, familiares, conhecidos, amigos, vizinhos, colegas e desconhecidos. A análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado e regressão múltipla de Poisson. RESULTADOS: A violência psicológica foi relatada por 117 mulheres (72,7%), a física por 88 (54,6%) e a sexual por 41 (25,4%). A prevalência ajustada da violência em mulheres que viviam há mais de 5 anos com HIV foi 11,5 vezes maior do que a prevalência naquelas que viviam com HIV há < 5 anos; 9,5 vezes maior nas que tinham mais de três filhos vs. três ou menos filhos; e 7,2 vezes maior nas que fizeram sexo antes dos 15 anos vs. a partir dos 15 anos (P < 0,001). CONCLUSÕES: As frequências de todos os tipos de violência foram elevadas nesse grupo de mulheres com HIV. É importante que os profissionais de saúde compreendam e abordem questões relativas à discriminação e realizem o cuidado de forma integral, perguntando sobre a presença de violências na vida das mulheres.