Aglomerados de alto risco e tendência temporal da sífilis congênita no Brasil

Objetivo. Determinar a existência de aglomerados de municípios (clusters) com alto risco para sífilis congênita (SC) no Brasil e descrever a tendência temporal da doença no país, comparando a população de crianças cujas mães realizaram o pré-natal com aquelas cujas mães não realizaram esse controle....

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Bibliographic Details
Published in:Revista Panamericana de Salud Pública
Main Authors: Vinícius da Silva Oliveira, Roberta Luiza Rodrigues, Vinícius Barros Chaves, Thiago Soares dos Santos, Flaviane Marques de Assis, Yves Mauro Fernandes Ternes, Érika Carvalho de Aquino
Format: Article in Journal/Newspaper
Language:English
Spanish
Portuguese
Published: Pan American Health Organization 2020
Subjects:
R
Online Access:https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.75
https://doaj.org/article/00d80db463e6408cbb567614fb6e9da3
Description
Summary:Objetivo. Determinar a existência de aglomerados de municípios (clusters) com alto risco para sífilis congênita (SC) no Brasil e descrever a tendência temporal da doença no país, comparando a população de crianças cujas mães realizaram o pré-natal com aquelas cujas mães não realizaram esse controle. Métodos. Este estudo ecológico utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Para a análise de aglomerados, a estatística de varredura Kulldorff foi aplicada à população de risco. A significância estatística foi determinada pelo logaritmo da razão de verossimilhança utilizando a distribuição discreta de Poisson. Para a análise das tendências das taxas de detecção do agravo, utilizou-se a regressão de Prais-Winsten. A análise foi realizada com os programas SatScan 9.4 e Stata 14.0. Resultados. Clusters com taxas de detecção de 41,3, 44,4 e 188,1 casos/10 000 nascidos vivos foram identificados em 2001, 2009 e 2017, respectivamente. Em 2001, as taxas foram 8 vezes maiores nos clusters do que no restante do país; em 2009, foram 3,3 vezes maiores; e, em 2017, 2,5. Detectou-se uma tendência crescente na infecção por SC em todas as regiões e unidades da federação. As taxas foram 8,53 vezes maiores nos neonatos cujas mães não realizaram pré-natal (243,3 casos/1 000 nascidos vivos vs. 28,4 casos/1 000 nascidos vivos em mães com pré-natal). Conclusões. A identificação de aglomerados de municípios com alto risco para SC e de tendências crescentes de infecção por SC em todo o país, mesmo na presença de pré-natal, indicam a necessidade de melhoria nas ações de saúde pública para o combate dessa doença.