| Summary: | Devido ao seu comportamento migratório, o falcão-peregrino assume importância em relação a estudos de dispersão natural de microrganismos, por ser uma espécie topo de cadeia alimentar, tornam-se mais suscetíveis à microrganismos patógenos presentes nas presas, podendo ser um disseminador desses patógenos. O grande deslocamento que realizam estes animais, as presas possivelmente contaminadas e a escassez de literatura geram a necessidade de verificar a presença de microorganismos através do isolamento e tipificação bacteriana, além de conhecer o papel destas aves na disseminação deste patógeno ao meio ambiente. O presente estudo objetivou relatar as bactérias da cavidade oral em um falcão peregrino (Falco peregrinus), resgatado em ambiente urbano, sem histórico prévio, apresentando lesões na cavidade oral, com presença de secreção. Procedeu-se a coleta do material da secreção da cavidade oral e posterior análise microbiológica e bioquímica. Foram identificadas colônias características de Staphylococcus spp., Escherichia coli, Enterobacter aerogenes e Enterobacter cloacae. Todos os agentes isolados pertencem a microbiota normal de rapinantes, porém são capazes de causar infecção quando há depressão do sistema imunológico. A E. coli ainda não havia sido relacionada à infecções de cavidade oral, com formação de placas. Portanto, a predominância destas bactérias nos processos infecciosos está diretamente relacionada com o caráter oportunista assumido pela microbiota bacteriana normal. O falcão peregrino, por ser uma ave migratória, pode albergar micro-organismos patógenos adquiridos ao longo de sua rota migratória, tornando-se um potencial disseminador desses microrganismos.
|
|---|