Os interesses internacionais no Atlântico Sul e o fortalecimento da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) para garantir a segurança do entorno estratégico brasileiro: a importância da segurança marítima

A porção sul do oceano Atlântico, que banha vinte e um países da África e três da América do Sul, é rica em recursos naturais vivos e não vivos, como petróleo, gás, minérios, recursos pesqueiros, dentre outros, formando parte do entorno estratégico brasileiro. Além disso, suas linhas de comunicação...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lima, Sidney Marinho
Other Authors: Vaz, Renato
Format: Book
Language:Portuguese
Published: 2022
Subjects:
Boa
Online Access:http://bdex.eb.mil.br/jspui/handle/123456789/11348
Description
Summary:A porção sul do oceano Atlântico, que banha vinte e um países da África e três da América do Sul, é rica em recursos naturais vivos e não vivos, como petróleo, gás, minérios, recursos pesqueiros, dentre outros, formando parte do entorno estratégico brasileiro. Além disso, suas linhas de comunicação marítimas conduzem uma boa parte do comercio mundial e permitem o acesso à Antártida. Pela abundância de recursos e suas características geoestratégicas, é uma área cobiçada por países exógenos à região. Atualmente, grandes multinacionais ligadas ao petróleo, gás e mineração exploram suas águas. Potências mundiais disputam a influência nos Estados regionais. Em um futuro em que se vislumbra crises energéticas e alimentares, o Atlântico Sul será uma importante fonte de recursos para a humanidade. Hoje, a região é palco de diversos ilícitos transnacionais, de caráter difuso, que ameaçam sua estabilidade e podem justificar uma interferência de atores extrarregionais em suas águas. Tais ameaças são preocupantes para o Brasil pois trazem reflexos para a segurança nacional, no sentido de que o país pode ver ameaçada a soberania de suas águas jurisdicionais, conhecida como Amazônia Azul, e ter afetadas suas linhas de comunicação marítimas. Os países lindeiros ao Atlântico Sul apresentam diversos problemas e assimetrias que dificultam a mitigação dessas ameaças difusas e a manutenção da boa ordem do mar. Na tentativa de manter a estabilidade regional, esses Estados formaram a Zona de Cooperação e de Paz do Atlântico Sul (ZOPACAS) que, criada no contexto da guerra fria e da ameaça nuclear, passou por períodos de adormecimento, mas hoje é vislumbrada como um fórum que pode ser adequado para se lidar com as novas ameaças transnacionais. Assim, este trabalho objetivou verificar como é possível fortalecer a ZOPACAS para garantir a estabilidade regional e evitar interferências extrarregionais. Como a Zona é composta de vinte quatro países com características assimétricas e problemas diversos, que muitas vezes não são comuns a todos ...